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Americanas (AMER3) despenca, de novo, com dívida de R$ 40 bilhões; concorrentes sobem

Varejista volta a ter um dia tenso no pregão após confronto com credores rombo maior que o revelado originalmente

Foto: Shutterstock/thiago bacelar

A ação da Americanas (AMER3) voltou a despencar nesta segunda-feira (16), após a queda histórica de 77,3% na quinta, para R$ 2,72, e a breve recuperação de 15% na sexta (13). Por volta das 12h, o papel da varejista estava em leilão, após um recuo de 37,46%, cotado a R$ 1,97.

O movimento negativo começou após a empresa comunicar a descoberta de inconsistências contábeis da ordem de R$ 20 bilhões. Ao mesmo tempo, anunciou a saída do recém-empossado diretor-presidente, Sérgio Rial.

Contudo, o cenário desenhado na semana passada pode ser pior do que o inicialmente informado. Na noite de sexta, a empresa declarou à Justiça uma dívida na ordem de R$ 40 bilhões.

Depois disso, a Justiça do Rio de Janeiro, a pedido da varejista, decidiu impedir que os credores da companhia possam antecipar a cobrança de dívidas da empresa.

Ações do BTG Pactual caem na Bolsa

O pedido de proteção contra cobrança feito pela Americanas foi deflagrado, em parte, porque o banco BTG Pactual (BPAC11) notificou a companhia que declararia o vencimento antecipado de dívidas e que restringiria R$ 1,2 bilhão da empresa para garantir o pagamento.

Com a decisão judicial, o banco ficou impedido de adotar estas medidas. A Ação do BTG, vale ressaltar, recuava 3,42% nesta segunda e figurava entre as principais perdas do dia na Bolsa.

Na visão da XP, a situação da Americanas deverá ser resolvida por meio de uma recuperação judicial. “O pedido de recuperação judicial parece ser o caminho mais provável que a Americanas vai tomar, dado o tamanho da sua dívida, número de credores envolvidos e a potencial necessidade de capital”, diz a XP.

Em relatório, os analistas Danniela Eiger, Gustavo Senday e Thiago Suedt afirmam também que, se a varejista movimentasse entre R$ 12 bilhões e R$ 21 bilhões em uma oferta de ações, poderia dar um “conforto aos credores”.

Outras varejistas na ponta positiva

Na contramão da Americanas, a ação da Via (VIIA3) avançava 14,3%, enquanto os papéis da Magalu (MGLU3) subiam 10,79%. O movimento pode ser visto como uma rotação de ações, com os investidores migrando seus investimentos da primeira para as concorrentes.

A Magalu, por exemplo, tem conseguido ganhos apesar do recuo forte da Americanas. Na semana passada, o papel da empresa de Luiza Trajano teve um avanço de 24,3%. 

A Via, dona das Casas Bahia, foi inclusive a público na sexta para tentar acalmar o mercado a respeito da transparência do balanço da empresa – uma preocupação que surgiu entre os investidores após a Americanas divulgar o rombo.

Na Americanas, o problema era que a empresa não deixava claro no balanço os detalhes de operações com fornecedores e bancos, conhecida como risco sacado – essencialmente uma antecipação de recebíveis.

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A Via informou ao mercado que declara as informações da empresa sobre risco sacado. “Todas essas operações estão registradas nas demonstrações financeiras da companhia em conformidade com as normas internacionais de contabilidade.”

Nos balanços, a Via disse detalhar as operações no capítulo sobre o balanço patrimonial, numa parte denominada “fornecedores convênio”, e acrescentou que “as despesas de juros são registradas no resultado da companhia como despesa financeira”.

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