Logo-Agência-TradeMap
Logo-Agência-TradeMap

Categorias:

Alta das ações nos EUA ajuda a turbinar avanço do Ibovespa no pós-eleição, diz Fator

Bolsas americanas sobem e dólar cai diante de expectativa de inflação e juros menores com desaceleração econômica

Foto: Shutterstock

O comportamento positivo dos mercados no exterior, com forte alta das bolsas dos Estados Unidos e queda do dólar, ajudou a turbinar os ganhos dos ativos brasileiros nesta segunda-feira (3), dia em que o mercado local digere o resultado do primeiro turno das eleições, afirma Isabel Lemos, gestora de renda variável da Fator Administração de Recursos.

Lá fora, o índice S&P 500 subia 3,05% às 16h30, enquanto o Nasdaq Composto avançava 2,78%. Ambos eram impulsionados pela expectativa de que a desaceleração da economia americana deve levar o Federal Reserve, banco central americano, a aumentar menos os juros dos EUA, afirma Lemos.

Essa perspectiva foi reforçada por dados divulgados mais cedo que mostraram um resfriamento da indústria do país. O índice do ISM (Instituto para Gestão da Oferta, em inglês) sobre a atividade do setor caiu de 52,8 pontos em agosto para 50,9 em setembro.

A leitura, superior a 50 pontos, ainda sugere expansão, mas em ritmo mais lento, o que reforçou a percepção de desaceleração da economia e contribuiu para a queda do dólar frente às principais moedas, bem como para o declínio das taxas de juros dos títulos do Tesouro americano.

No mercado brasileiro, os preços das ações subiam também por causa da expectativa de um cenário mais favorável para a política fiscal no ano que vem, seja com a vitória do atual presidente Jair Bolsonaro (PL) ou com uma limitação dos gastos fiscais em um eventual governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), dado o crescimento dos partidos de direita e de oposição no Congresso, afirma Lemos.

“Quem entrar ano que vem vai ter dificuldade de gastar e, talvez, a gente tenha a questão fiscal mais equilibrada”, acrescenta.

A gestora mantém o viés positivo para Bolsa, dados os múltiplos descontados das empresas brasileiras, que estão abaixo da média histórica.

“Não acho que vale a pena mudar drasticamente a carteira. Vale ter ações com potencial de retorno alto, independente do governo”, diz Lemos.

A gestora está com posição em ações do setor de varejo como Magazine Luiza (MGLU3), Lojas Americanas (AMER3) e Natura (NTCO3), em alguns papéis do setor de vestuário e de serviços, como CVC (CVCB3), e de companhias aéreas, que devem ser beneficiados pela queda da inflação e da taxa básica de juros no ano que vem.

“Acho que não muda o cenário para juros. Dependendo de quem vencer a eleição [presidencial] podemos ter corte da Selic no primeiro trimestre [ de 2023] ou depois, mas é uma questão de tempo”, diz Lemos.

A Fator ainda reduziu a posição em commodities na carteira, inclusive em ações de Petrobras (PETR3), por esperar preços mais baixos do petróleo.

Além da possibilidade de vitória de Bolsonaro no segundo turno, a alta do preço do petróleo no mercado internacional foi outro fator que ajudou a impulsionar as ações da estatal, que nesta segunda-feira sobem 7,48%.

Compartilhe:

Leia também:

Mais lidas da semana

Uma newsletter quinzenal e gratuita que te atualiza em 5 minutos sobre as principais notícias do mercado financeiro.