Americanas (AMER3), Magazine Luiza (MGLU3) ou Via (VIIA3)? Uma delas é a preferida da Genial

Para a corretora, a Americanas deve ser a maior beneficiada pelo fim do clico de alta de juros

Foto: Shutterstock

O fim do ciclo de alta da taxa Selic que, na avaliação de analistas da Genial Investimentos, já ocorreu, deve beneficiar empresas como Magazine Luiza (MGLU3), Via (VIIA3) e Americanas (AMER3) que, desde seu pico em meados de 2020, somam desvalorização de mais de 80%. Na visão dos analistas, porém, a Americanas deve se dar melhor.

“No curto prazo, os juros mais altos continuam a ser o grande percalço para o varejo, uma vez que o setor apresenta a maior sensibilidade ao mercado de crédito e boa parte das varejistas se encontram em altos níveis de alavancagem financeira”, escrevem Iago Souza e Igor Guedes, analistas da Genial, em relatório publicado nesta quarta-feira (28).

Nesse sentido, por ter um custo de dívida superior ao de Via e Magalu, a Americanas deve ser a maior beneficiada da redução de juros. A recomendação para a Americanas é de compra, com preço-alvo de R$ 28,40, o que representa alta de 66% em relação ao valor do papel no fechamento desta quarta, de R$ 17,14.

Para a Magazine Luiza, os analistas rebaixaram sua recomendação de compra para manutenção, com preço-alvo de R$ 5,20, o que corresponde a uma alta de 20%. A recomendação para a Via, por sua vez, segue de manutenção, com preço-alvo de R$ 4,80 – potencial de alta de 53%.

Além da Selic, outros fatores fazem com que a economia brasileira demonstre sinais de resiliência, na visão da Genial. Entre estes, os analistas citam a redução na taxa de desemprego, os benefícios sociais, como o Auxílio Brasil, e a desaceleração da inflação. Tudo isso também deve jogar a favor das varejistas nos próximos trimestres.

“Nesse cenário, o mercado deverá corrigir para cima o preço das varejistas para retornar o setor como um todo (vestuário, bens de consumo duráveis/e-commerce e supermercados) a valores mais próximos dos múltiplos históricos”, afirmam os analistas.

Americanas

Na análise da Genial, a Americanas deve apresentar uma margem operacional superior à média do setor no curto prazo, impulsionada pela evolução nos canais digitais, com a plataforma de publicidade ganhando escala, e pela produtividade das lojas físicas.

Outra característica positiva da companhia, segundo a corretora, é seu ecossistema digital, que tem grande potencial de crescimento ao longo dos anos e um mix de produtos mais diversificado do que seus pares.

“Dessa forma, a nossa visão é de que a menor dependência de produtos de linha branca e linha marrom se tornaram vantagens competitivas no mix da Americanas em relação a seus pares (Magalu e Via) dado o cenário macroeconômico e a mudança do comportamento do consumidor pós-pandemia”.

Magazine Luiza

Em relação ao Magazine Luiza, os analistas destacam os canais online, mais fortes do que o das concorrentes. A Genial estima que a companhia tenha o maior take-rate entre seus pares. Isso, apontam os analistas, demonstra o maior poder de precificação da companhia no e-commerce, que, por ter um ecossistema mais robusto, é capaz de cobrar comissões mais altas dos vendedores.

Em contrapartida, os resultados das lojas físicas da varejista ficam atrás das concorrentes em termos de receita e de produtividade por metro quadrado. Uma das principais consequências disso, por sua vez, são impactos sobre margens brutas e operacionais.

“Portanto, na nossa análise, a Via possui maior tendência que o Magalu a entregar margens mais saudáveis caso a companhia continue apresentando ganhos de produtividade como vimos no primeiro semestre desse ano”, explica os analistas.

A Genial espera que as lojas físicas do Magalu apresentem recuperação, assim como as receitas e as margens. No entanto, a expectativa é que o custo de dívida da companhia siga pressionando o resultado, que deve apresentar recuperação apenas em 2023, na avaliação da corretora.

Via

No caso da Via, as perspectivas são um pouco mais positivas, principalmente devido à força de suas lojas físicas, que devem seguir mais produtivas do que a das concorrentes.

“As lojas físicas representam um ponto importante da nossa tese de investimentos na Via, uma vez que é principalmente através delas que a varejista vem recompondo sua margem bruta e operacional, trimestre após trimestre”, diz a Genial.

Outros pontos positivos mencionados pelos analistas é o controle de despesas e o repasse de custos para os preços dos produtos, o que deve ajudar a reduzir o endividamento da companhia e impulsionar seus resultados. Na projeção da Genial, a Via deve ser a única das três a fechar 2022 com lucro líquido positivo.

A situação não é tão positiva para as vendas digitais. A companhia foi a última a desenvolver seus canais digitais, o que demandou investimentos maiores e uma postura de precificação mais agressiva nos últimos anos. Isso, porém, não foi suficiente para colocá-la à frente dos pares.

Para isso, a Via vem apostando em aumentar sua exposição a produtos de maior recorrência e ticket mais baixo. Por um lado, essa estratégia tem a vantagem de aumentar o sortimento de produtos vendidos. Por outro lado, diz a Genial, traz uma redução no ticket médio, o que precisa ser compensado por um aumento de volume.

“Acreditamos que a escolha da companhia nessa estratégia tenha sido assertiva, porém, o efeito ainda deve demorar mais um pouco para aparecer”. De acordo com a Genial, isso deve acontecer apenas no segundo semestre de 2023.

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