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Payroll: Desemprego maior nos EUA eleva chance de alta menor de juros e anima mercado

Segundo o CME Group, 52% dos investidores agora acreditam em aumento de 0,50 ponto na taxa já em dezembro

Foto: Shutterstock

É ruim, mas é bom. A divulgação do payroll, que mostrou que o mercado de trabalho americano pode estar piorando, animou as bolsas americanas nesta sexta-feira (4) ao sinalizar que o Federal Reserve (banco central dos EUA) pode ter espaço para subir um pouco menos os juros nos próximos meses.

Não que isso será tarefa fácil, com a alta nos preços dos serviços incomodando e a economia criando 261 mil vagas em outubro, bem acima do esperado, como mostraram dados divulgados na manhã de hoje pela secretaria de estatísticas trabalhistas (BLS).

Mas o crescimento da taxa de desemprego, de 3,5% em setembro para 3,7% em outubro, deu certo alívio aos investidores após o duro discurso do presidente do Fed, Jerome Powell, que na quarta (2) admitiu que os juros podem subir menos daqui para a frente, mas por mais tempo.

O comitê de política monetária do Fed elevou a taxa americana em 0,75 ponto percentual nesta semana, mas indicou que pode reduzir o ritmo para 0,50 ponto em dezembro ou janeiro de 2023.

A chance de isso acontecer já no mês que vem aumentou após o payroll: segundo dados do CME Group, 52% dos investidores acreditam agora em um aumento menor dos juros em dezembro, contra 47,2% antes do número ser divulgado.

Por volta das 11h30, as principais bolsas americanas operavam no azul: o Dow Jones subia 1,20%, o S&P 500 ganhava 1,83% e o Nasdaq Composto era negociado em alta de 1,74%. Antes da divulgação do payroll, que aconteceu às 9h30, os índices futuros americanos operavam com ganhos mais modestos (0,42%, 0,57% e 0,55%, respectivamente).

O que mostrou o payroll

Os números divulgados hoje mostram que a taxa de desemprego, que leva em conta quantas pessoas estão buscando trabalho, subiu em 0,2 ponto percentual, a 3,7%, já que o número de desempregados aumentou em 306 mil, a 6,1 milhões.

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Por outro lado, o número de vagas criadas (261 mil) diminuiu em relação a setembro (315 mil), mas continua acima da média histórica mensal, como aponta Claudia Rodrigues, economista do C6 Bank.

“Os sinais de aquecimento não param por aí. Outra pesquisa divulgada esta semana mostra que o número de vagas em aberto voltou a subir para quase duas vagas por desempregado. Além disso, o número de novos pedidos de auxílio-desemprego continua em patamares historicamente baixos”, avaliou a especialista em relatório.

Ganho médio por hora aumentou

A preocupação é que as empresas sejam obrigadas a aumentar os salários acima da produtividade, o que acaba pressionando a inflação, diz Rodrigues. O ganho médio por hora dos americanos teve alta de 0,4% na comparação com setembro, a US$ 32,58, pouco acima do esperado pelo mercado, que apostava em um crescimento de 0,3%. O avanço nos últimos 12 meses, entretanto, veio em linha com o esperado, com alta de 4,7%.

Para o analista de investimentos Rodrigo Cohen, da Escola de Investimentos, por mais que Powell tenha afirmado que pode diminuir o ritmo de aumento de juros já no próximo encontro do Fed, no mês que vem, ainda há um risco de isso acontecer somente em janeiro.

“Enquanto o mercado de trabalho continuar aquecido e tiver muito dinheiro circulando na economia, o Fed não consegue parar de subir juros tão cedo”, ponderou. “Apesar desse cenário, no Brasil a bolsa sobe e o dólar cai. O Brasil está resistente devido à entrada forte de estrangeiros no país nessa semana após o resultado das eleições.”

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