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Julius Baer adia previsão para corte de juros dos EUA após fala de Powell em Jackson Hole

Banco suíço espera que Fed permanecerá com postura mais dura até que haja evidências claras de que a inflação está desacelerando

Foto: Shutterstock

O banco suíço Julius Baer postergou a previsão de corte da taxa básica de juros dos EUA para o segundo semestre de 2023.

A mudança ocorre após o presidente do banco central americano, Jerome Powell, indicar na sexta-feira (26) que a taxa poderia permanecer em patamar elevado por mais tempo para trazer a inflação para a meta de 2%.

Até julho deste ano, o Julis Baer acreditava que um corte nos juros dos EUA poderia acontecer em março de 2023.

Em discurso no Simpósio de Jackson Hole, Powell sinalizou a continuidade do ciclo de alta de juros e indicou que a taxa básica pode se manter em patamar elevado “por tempo considerável”.

Este período duraria até o Federal Reserve, o banco central americano, estar confiante de que a inflação está convergindo para a meta de 2% ao ano, mesmo que isso traga uma “dor” para as famílias e as empresas.

“Ainda projetamos que a inflação desacelere no segundo semestre de 2023 a ponto de permitir que o banco central reduza a taxa e que os rendimentos dos títulos do Tesouro americano se consolidem em um nível mais baixo”, afirma Markus Allenspach, chefe de pesquisa de renda fixa do Julius Baer, em relatório.

No Simpósio de Jackson Hole, Powell fez um discurso mais duro que o esperado pelo mercado e reforçou o comprometimento do Fed com o combate à inflação alta. Para o analista do Julius Baer, o banco central parece disposto a levar a economia para a recessão necessária para ancorar a inflação.

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“Powell deixou claro que suavizar a postura do Fed prematuramente seria um grande erro e permanecerá restritivo até que haja evidências claras e convincentes de que a inflação está desacelerando”, destacou o banco em relatório.

Os mercados reagiram negativamente ao discurso mais duro do presidente do Fed, que colocou uma pausa na recuperação recente das bolsas americanas, especialmente das ações de crescimento – como as do setor de tecnologia que dependem de financiamento para crescer e são mais sensíveis ao aumento de juros.

Nesta segunda-feira (29), o índice S&P 500 operava em queda de 0,83% às 12h10, enquanto o índice Nasdaq recuava 0,90%.

Já a taxa do título do Tesouro americano com vencimento em um ano subia de 3,3426% na sexta-feira para 3,3796% nesta segunda-feira (29).

O mercado de juros futuros reflete a aposta majoritária em um aumento de 0,75 ponto porcentual da taxa básica americana na reunião da autoridade americana em setembro (60,5% dos investidores apostam na manutenção do ritmo mais agressivo, contra 35,5% em uma redução do ritmo de alta para 0,50 ponto), segundo o CME Group.

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