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Atual ajuste da Selic de 1 ponto percentual é a “estratégia mais apropriada”, aponta Banco Central, em ata do Copom

No documento publicado nesta terça-feira, 28, o BC diz que avaliou os custos e benefícios de acelerar o ritmo da elevação de juros, fazendo algumas ponderações

Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) revelou que, neste momento, a manutenção do atual ritmo de ajuste da taxa básica de juros é a “estratégia mais apropriada para assegurar a convergência da inflação para as metas de 2022 e 2023”. A indicação foi feita na ata divulgada nesta terça-feira, 28, referente à última reunião do Copom, na semana passada, quando a Selic foi elevada em 1 ponto percentual, para 6,25% ao ano.

O Copom disse que, no atual estágio do ciclo de elevação de juros, considera esse ritmo de ajuste como o mais adequado para garantir a convergência da inflação para a meta no horizonte relevante e, simultaneamente, permitir que o Comitê obtenha mais informações sobre o estado da economia e o grau de persistência dos choques.

“Neste momento, o cenário básico e o balanço de riscos do Copom indicam ser apropriado que o ciclo de aperto monetário avance no território contracionista.”

Para o próximo encontro do Copom, marcado para os dias 26 e 27 de outubro, o Comitê prevê outra alta da Selic de 1 ponto, elevando os juros básicos para 7,25% ao ano, no sexto aumento seguido.

“O Copom enfatiza que os passos futuros da política monetária poderão ser ajustados para assegurar o cumprimento da meta de inflação e dependerão da evolução da atividade econômica, do balanço de riscos e das projeções e expectativas de inflação para o horizonte relevante da política monetária”, destacou, na ata.

O mercado financeiro tem elevado as projeções para a inflação brasileira sucessivamente. De acordo com o Boletim Focus divulgado ontem pelo Banco Central, as estimativas subiram pela 25ª vez consecutiva e a previsão para a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2021 aumentou agora de 8,35% para 8,45%. Para 2022, o mercado elevou a projeção de inflação de 4,10% para 4,12%, sendo a 10ª alta seguida.

O documento ainda revela que as simulações com trajetórias de elevação de juros que mantêm o ritmo atual de ajuste, mas que consideram diferentes taxas terminais, sugerem que o avanço de um ponto percentual é suficiente para atingir um patamar contracionista e garantir a convergência da inflação para a meta no ano que vem.

“O peso de itens voláteis nas revisões das projeções de inflação de curto prazo e o ineditismo do processo de readequação econômica pós-pandemia reforçam o benefício de acumular mais informações sobre o estado da economia e a persistência dos choques em vigor”, destacou o Copom.

Além disso, a ata também aponta que os chamados “riscos fiscais” (dúvidas sobre o controle dos gastos públicos) continuam a pressionar as estimativas de inflação no Brasil.

Essa assimetria no balanço de riscos afeta o grau apropriado de estímulo monetário, justificando, assim, uma trajetória para a política monetária mais contracionista do que a utilizada no cenário básico.

 

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