Inflação: preço da passagem aérea sobe 28,2% em outubro; em 12 meses, alta chega a 40,6%

O brasileiro que quer viajar de avião se depara com preços cada vez mais altos. A inflação das passagens aéreas foi de 28,17% só em outubro, chegando a 40,58% no acumulado de 12 meses.

Atrás apenas da banana maçã, com elevação de 30%, esse foi o segundo item com a maior alta no mês, segundo o IPCA-15 (Índice de Preços ao Consumidor Amplo). A prévia da inflação oficial brasileira registrou elevação de 0,16% em outubro e de 6,85%, em 12 meses.

Os dados da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) mostram esse forte crescimento dos preços nas passagens aéreas, mas possuem uma defasagem em relação ao IPCA-15.

Segundo a agência reguladora, o preço médio da passagem aérea doméstica estava em R$ 597,91 em julho, 16,4% de aumento em apenas um mês.

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A inflação das passagens aéreas é justificada por dois fatores: aumento da demanda após pandemia da Covid-19 e forte alta do preço do querosene de aviação.

Querosene dispara

O preço da querosene de aviação, QAV, subiu 10,8% em outubro, de acordo com o período medido no IPCA-15, e acumula alta de 42,5% em 12 meses, tendo como base o preço da cotação da refinaria de Paulínea (SP).

André Braz, coordenador dos índices de preços da FGV (Fundação Getúlio Vargas), lembra que o setor aéreo é concentrado em poucas empresas, é influenciado pela cotação do dólar e foi um dos que mais sofreu durante a fase mais aguda da pandemia.

Com a flexibilização da mobilidade, a demanda por esse serviço subiu, o que também contribuiu para essa alta dos preços.

“É um serviço que mostra que ainda existe um aquecimento [na economia] e que justifica a taxa Selic em patamar alto. Os preços dos serviços estão em aceleração e isso é fonte de demanda inflacionária”, explica.

A taxa Selic está em 13,75% ao ano. O Comitê de Política Monetária do Banco Central se reúne nesta terça e quarta-feira, e a expectativa é de manutenção dos juros.

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