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Boletim Focus: mercado sobe expectativa para IPCA para 5,82% em 2022

Analistas ouvidos pelo Banco Central também elevaram estimativa para o PIB deste ano

Foto: Shutterstock/Things

Analistas do mercado financeiro ouvidos todas as semanas pelo Banco Central voltaram a aumentar a expectativa para inflação medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) e a previsão de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) em 2022, segundo dados do Boletim Focus divulgados nesta segunda-feira (14).

Agora, o mercado espera que o indicador da inflação encerre este ano com alta de 5,82%, ante 5,63% na semana passada. É a terceira semana seguida de mudança para cima após 17 publicações consecutivas de queda. Para o ano que vem, a projeção se manteve em 4,94%.

A inflação prevista ainda fica acima do teto da meta do Banco Central tanto para 2022 como para 2023. Neste ano, o limite é de 5%, e no ano que vem, de 4,75%.

Para 2024, os analistas ouvidos pela autoridade monetária também estacionaram a projeção do IPCA, em 3,50%, – a meta para o ano é de 3%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.

Os analistas do mercado também subiram as expectativas para o PIB deste ano para 2,77%, ante 2,76% na semana passada. Para 2023 e 2024, as previsões ficaram estacionadas em 0,70% e 1,80%, respectivamente.

As estimativas para a Selic e previsões do câmbio foram mantidas pelos três anos cobertos pelo Focus. Já a expectativa do câmbio foi elevada em 2024 para R$ 5,15, contra R$ 5,10 na semana passada.

Atividade crescendo mais que o esperado

O novo salto acima do esperado da prestação de serviços em setembro pode ter levado ao aumento das expectativas para a inflação deste ano.

A receita do setor, que representa 70% do PIB (Produto Interno Bruto), atingiu o pico histórico ao registrar alta de 0,9% na passagem de agosto para setembro. O volume de serviços se soma ao aumento também além do esperado para o comércio em setembro, que subiu 1,1%, enquanto as estimativas previam 0,2%.

Esta foi a primeira divulgação do Focus após o choque de estresse no mercado causado pelas falas do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), na quinta-feira (10), sobre a condução da política fiscal no seu futuro governo.

As críticas de Lula sobre o teto de gastos (lei que limita o aumento de despesas do governo à inflação do ano anterior) e a responsabilidade fiscal levaram a um aumento da aversão a risco no mercado local, provocando o derretimento do Ibovespa e a alta do dólar e das taxas de juros.

O que é a pesquisa Focus?

O Boletim Focus é uma publicação divulgada todas as segundas-feiras pelo Banco Central às 8h25, contendo um resumo das expectativas de mercado a respeito dos principais indicadores da economia brasileira, como taxa de juros básica, inflação, câmbio e juros.

O relatório apresenta resultados de uma pesquisa feita diariamente com as previsões de bancos, gestoras de recursos e corretoras, entre outros participantes do mercado, e faz parte do arcabouço da política monetária. O objetivo é monitorar a evolução das expectativas do mercado para as principais variáveis macroeconômicas, dando assim elementos ao Banco Central para decidir sobre a taxa básica da economia, a Selic.

O levantamento foi criado em 1999 como parte da transição brasileira para o regime de metas de inflação, no qual o BC se compromete a atuar para garantir que a variação de preços medida pelo IPCA esteja em linha com um objetivo pré-estabelecido.

Um dos propósitos do BC é exatamente ancorar (ou guiar) as expectativas do mercado financeiro. A razão para isso é que, quanto mais previsíveis forem as condições macroeconômicas de um país, menores tendem a ser as contrapartidas pedidas pelos investidores.

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