O Brasil passou a ocupar o 19º lugar no desempenho de Produto Interno Bruto (PIB) entre 50 países, uma queda de sete posições contra o último trimestre de 2020, de acordo com o levantamento divulgado nesta terça-feira, 01, pela Austin Rating.
O levantamento considera o resultado divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta manhã, que reportou um avanço de 1,2% na economia do país no primeiro trimestre de 2021.
Apesar da queda, o país ainda está acima do Reino Unido, Itália, França, China e Japão. Segundo Alex Agostini, economista-chefe da agência, o Brasil só se manteve em tal posição devido à elevação dos preços de commodities.
“O resultado do PIB no primeiro trimestre não reflete a nossa realidade doméstica, que é uma recuperação ainda descompassada, muito do lado da produção para o exterior e menos para o consumo doméstico, que está ocorrendo ainda em passos lentos”, destacou Agostini.
A Croácia ocupou o primeiro lugar da lista, com 5,8%, seguida por Hong Kong (5,4%), Estônia (4,8%), Chile (3,2%), Cingapura (3,1%), Taiwan (3,1%) e Colômbia 2,9%.
Na média geral, houve um avanço de 0,4%, enquanto, no grupo dos BRICs (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), o crescimento foi de 0,9%.
Já na Zona do Euro, foi registrada uma queda de 0,6%.
Apesar das indústrias brasileiras terem ficado majoritariamente em território positivo, as indústrias de transformação, ligadas à atividade econômica interna, tiveram uma queda de 0,5%.
De acordo com o economista, apesar de o PIB brasileiro ter sido maior que a mediana do mercado, de 0,7%, ele não atingiu a expansão estimada pela Austin, de 2,12% não devendo, então, “ser comemorado com muito entusiasmo, apesar de ser positivo”.
As projeções de Alex para o indicador, de 3,3% em 2021 e de 3% em 2022, se mantiveram inalteradas.
“Apesar de indicar um potencial maior de crescimento para 2021, por ora, optamos em preservar nossas projeções em virtude de muitas incertezas em relação à retomada”, afirmou.
Para ele, tais incertezas são as possíveis altas na taxa Selic nas próximas reuniões do Banco Central, a crise hídrica, o processo lento de vacinação contra covid-19 no país, o aumento dos custos de produção, com destaque para as altas recordes dos preços das commodities, o cenário fiscal ainda fragilizado e a redução dos estímulos monetários nas economias desenvolvidas.
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