Por unanimidade, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu nesta quarta-feira, 16, elevar a taxa básica de juros em 0,75 ponto percentual (p.p.), para 4,25% ao ano.
Com isso, temos o terceiro aumento consecutivo da Selic em 2021, depois de uma sequência de reduções que vinha desde 2015, quando a taxa chegou ao seu ápice de 14,25%.
O colegiado, formado pelos diretores e pelo presidente do BC, se reune a cada 45 dias para definir o patamar da taxa, com base nos índices de preços e projeções do mercado para a inflação.
A decisão desta quarta-feira não era novidade para o mercado, visto que na última ata da reunião de maio, o Copom sinalizou a possibilidade de aumento em 0,75% no encontro deste mês. Leia a íntegra aqui.
Porém, alguns especialistas esperavam um percentual maior, de 1 %, após a divulgação da inflação de maio. No último mês, a alta dos preços em 12 meses acumulou 8,06%, valor muito acima do teto da meta de inflação do ano, que é 5,25%, enquanto o centro seria 3,75%.
De acordo com o último Boletim Focus – relatório feito por um consenso de mercado junto ao BC e divulgado semanalmente –, ao final deste ano, a taxa Selic estará em 6,25%. Já o IPCA, principal indicador de inflação do país, terminará 2021 em 5,82%.
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Em ata da reunião de maio, o Copom justificou o aumento da Selic com a alta dos preços e garantiu que os consecutivos aumentos dos juros dariam conta de cumprir a meta da inflação até o final de 2021.
Faltam 2,0 p.p. para alcançar a previsão do Boletim Focus para a Selic e -4,31 p.p. para voltar ao teto de meta da inflação.
A divulgação da ata da reunião destes dois dias de junho está prevista para a próxima terça-feira, dia 22, quando teremos mais informações sobre a tendência da política monetária do comitê.
O que é a Selic?
A taxa Selic é a taxa básica de juros do Brasil. Isso quer dizer que ela influencia todas as demais taxas de juros do país, como as de empréstimos, financiamentos e, até mesmo, os rendimentos de aplicações financeiras, como o Tesouro Direto.
Criada em 1979, quando a economia brasileira enfrentava um cenário de hiperinflação, a Selic nasceu com o objetivo de conter a alta dos preços.
Nesse sentido, uma Selic alta tem como objetivo desacelerar a economia, desestimulando o consumo e evitando, assim, uma inflação muito elevada.
Já a Selic baixa visa aquecer a economia e estimular o consumo, aumentando a inflação quando ela está abaixo do desejado.
Como é decidido se há ou não corte?
O Banco Central utiliza um sistema de metas como base para definir a Selic. Quem prevê a meta da inflação é o Conselho Monetário Nacional (CMN) e com base nela o BC se norteia.
Para 2021, a meta central inflacionária é de 3,75%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos. Isso quer dizer que o juro pode variar entre 2,25% e 5,25%.
A cada 45 dias, o Copom se reúne para decidir como ficará a Selic. A decisão leva em consideração indicadores financeiros mensais, como o IPCA, do IBGE, o IGP-M, da FGV, e o Boletim Focus, do próprio BC, entre muitos outros.
Ao final do encontro, a taxa pode sofrer alterações ou ficar estável.
Foto: Agência Brasil