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Ata do Copom: BC segue vigilante e monitora inflação de serviços

Na última reunião, comitê manteve a taxa básica de juros em 13,75% ao ano

Foto: Shutterstock

Na ata da última reunião do Copom (Comitê de Politica Monetária do Banco Central), que manteve a taxa Selic, o colegiado destacou que seguirá vigilante com possíveis riscos da inflação daqui para a frente, e que olhará com atenção especial para a inflação de serviços.

Segundo o documento, divulgado nesta terça-feira (1º), os riscos inflacionários seguem elevados, “requerendo acompanhamento contínuo e serenidade em sua avaliação”. O colegiado apontou que houve redução da ociosidade da economia, o que pode jogar a favor de uma alta de preços.

“O Comitê segue acompanhando, com especial atenção, a evolução da inflação de serviços, que depende tanto da inércia inflacionária quanto do hiato do produto, e cuja trajetória ficará mais clara ao longo do tempo”, disseram os membros do colegiado.

O hiato do produto é a diferença da soma de todos os bens e serviços de uma economia e a estimativa do quanto o país teria potencial de produzir.

Na semana passada, no encontro do Copom, o BC optou por manter os juros básicos em 13,75% ao ano, patamar no qual deverá ser mantido até meados do ano que vem.

Inflação disseminada

A ata mostrou um Banco Central preocupado com a disseminação da inflação pela economia e com o mercado de trabalho aquecido, cenário que acontece não só no Brasil, onde a taxa de desemprego está em queda, mas também em outros países.

Esse é um cenário que pode estimular em especial a inflação de serviços, segundo o BC, que é mais inercial (quando a alta de preços de um ano acaba retroalimentando a inflação do ano seguinte, através do reajuste de contratos de serviços e salários).

“O baixo grau de ociosidade do mercado de trabalho em algumas economias, aliado a uma inflação corrente elevada e com alto grau de difusão, sugere que pressões inflacionárias no setor de serviços podem demorar a se dissipar”, aponta o BC na ata.

O exemplo ruim do Reino Unido

No documento e na ata divulgada nesta terça (1º), o comitê apontou que os mercados globais estão mais sensíveis à política fiscal, em uma referência ao Reino Unido, onde o plano de corte de impostos sem contrapartida causou a disparada dos juros futuros e a desvalorização da libra, culminando na queda da premiê Liz Truss.

Na avaliação de economistas, o BC pode ter mandado um recado sobre os riscos de uma aventura fiscal, alertando sobre possíveis impactos de um descontrole das contas públicas para o próximo presidente da República, seja ele Jair Bolsonaro (PL) ou Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Essa sensibilidade maior do mercado financeiro global a questões fiscais, de acordo com o comunicado da decisão que manteve a Selic em 13,75% ao ano, deve ser o motivo de atenção especialmente em países emergentes, como o Brasil.

Leia mais:
Para economistas, Copom faz alerta sobre risco fiscal no Brasil ao fazer referência ao Reino Unido

“O Comitê notou também a maior sensibilidade dos mercados a fundamentos fiscais, inclusive em países avançados. Essa maior sensibilidade, concomitante ao aperto das condições financeiras, inspira maior atenção para países emergentes”, apontou o BC na ata.

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