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Às vésperas de reunião do Copom, mercado eleva aposta para taxa Selic em 2023, aponta Focus

Analistas também aumentaram projeção para alta do PIB de 2022 para 0,70%

Foto: Shutterstock

Em um cenário em que as expectativas para a inflação de 2023 se afastam cada vez mais do centro da meta, as pressões sobre o Banco Central para levar os juros básicos para além dos 12,75% ao ano em 2022 só aumentam, ao mesmo tempo em que analistas esperam uma Selic mais alta que o previsto anteriormente no fim do ano que vem.

Nesta segunda (2), o Boletim Focus mostrou que os analistas ouvidos semanalmente pelo BC já acreditam que o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) chegará a 4,10% em 2023, bem acima dos 3,25% do objetivo fixado pelo CMN (Conselho Monetário Nacional) — o intervalo de tolerância é de 1,5 ponto percentual para cima e para baixo.

A média dos analistas consultados manteve a expectativa de uma taxa básica de 13,25% em dezembro deste ano, mas elevou a expectativa para a Selic em 2023, de 9% para 9,25%.

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Como a política monetária leva meses para ter efeito sobre a atividade econômica e os preços, o colegiado já está olhando principalmente para a inflação de 2023 ao tomar suas decisões.

O presidente do BC, Roberto Campos Neto, já declarou algumas vezes que o colegiado tem a intenção de elevar a taxa básica em apenas mais um ponto percentual, a 12,75% ao ano, e parar por aí — a próxima reunião do Copom acontece nesta quarta-feira (4).

Apesar disso, os analistas continuam vendo a Selic em 13,25% ao ano no fim deste ano.

PIB maior em 2022

Os analistas ainda esperam uma alta do PIB (Produto Interno Bruto) maior do que esperavam na semana anterior. Agora, a expectativa é de uma expansão de 0,7% na atividade econômica brasileira em 2022 (ante 0,65% da semana anterior).

Para 2023,  as apostas para o PIB foram mantidas em expansção de 1%.

O que é a pesquisa Focus?

O Boletim Focus é uma publicação divulgada todas as segundas-feiras pelo Banco Central, contendo um resumo das expectativas de mercado a respeito dos principais indicadores da economia brasileira, como taxa de juros básica, inflação, câmbio e juros.

O relatório apresenta resultados de uma pesquisa feita diariamente com as previsões de bancos, gestoras de recursos e corretoras, entre outros participantes do mercado, e faz parte do arcabouço da política monetária. O objetivo é monitorar a evolução das expectativas do mercado para as principais variáveis macroeconômicas, dando assim elementos ao Banco Central para decidir sobre a taxa básica da economia, a Selic.

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O levantamento foi criado em 1999 como parte da transição brasileira para o regime de metas de inflação, no qual o BC se compromete a atuar para garantir que a variação de preços medida pelo IPCA esteja em linha com um objetivo pré-estabelecido.

Um dos propósitos do BC é exatamente ancorar (ou guiar) as expectativas do mercado financeiro. A razão para isso é que, quanto mais previsíveis forem as condições macroeconômicas de um país, menores tendem a ser as contrapartidas pedidas pelos investidores.

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