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Ainda é cedo para falar de corte de juros no Brasil, diz Campos Neto, presidente do BC

Campos Neto ainda apontou que o Banco Central usa como cenário a expectativa do Focus, que prevê queda em junho de 2023

Foto: Divulgação/ Banco Central

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, reafirmou nesta quinta-feira (29), durante apresentação do Relatório de Inflação, que o BC considera ser muito cedo para se falar em corte na taxa básica de juros, a Selic, hoje em 13,75% ao ano.

Na semana passada, o Copom (Comitê de Política Monetária do BC) encerrou o ciclo de aperto monetário, e indicou que os juros permanecerão elevados por um longo tempo, deixando na mesa inclusive a possibilidade de voltar a subir a Selic.

Entretanto, após o IPCA-15 (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) ter vindo com uma deflação maior que a esperada, subiram as apostas dos investidores na chance de o Banco Central começar já no primeiro trimestre de 2023 a trajetória de cortes na taxa básica.

“A gente não comenta abertamente os impactos e como o mercado enxerga a curva de juros, mas temos dito que achamos muito cedo para pensar em corte, como foi comunicado no comunicado e na ata da última reunião”, afirmou Campos Neto em entrevista coletiva.

O presidente do BC ainda lembrou, ao lado do diretor de Política Econômica da instituição, Diogo Guillen, que para montar o cenário para atingir a meta de inflação, o BC utiliza o Boletim Focus, que precifica um primeiro corte na taxa em junho.

“A curva do Focus prevê corte em junho, e nesse cenário atingimos o objetivo [de levar a inflação à meta]. O mercado chegou a ter uma curva de juros um pouco antes disso, uma precificação mais curta, mas entendemos que é uma diferença pequena.”

Campos Neto reconheceu que o momento de forte volatilidade dificulta essa avaliação.

“Entendemos que tem uma oscilação grande no mercado, e vários outros fatores também atuam. Na parte internacional tem incerteza, volatilidade, mas estamos tranquilos.”

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Expectativa de PIB maior

Guillen, diretor de Política Monetária, ainda comentou a projeção do BC para a alta do PIB (Produto Interno Bruto) de 2023, que está bem acima do esperado pelo mercado. A nova estimativa do BC é de uma alta de 1%, o dobro dos 0,50% esperados pelos analistas do Boletim Focus.

“Grande parte da diferença do crescimento [esperado pelo BC em relação ao mercado] vem da expectativa para a agropecuária”, disse o diretor.

No documento, o BC ainda revisou para cima a sua expectativa para a alta do PIB de 2022, que era de alta de 1,7% em junho, para crescimento de 2,7%.

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Para o ano que vem, o Banco Central observou que a desaceleração da economia global e o impacto do aumento da taxa básica de juros, a Selic, irão refrear a expansão da atividade. Mesmo assim, o relatório pondera que os investimentos continuarão robustos e acima do pré-pandemia, e que as exportações irão crescer a despeito da atividade mais fraca no mundo.

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