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Banco Central projeta alta de 1% no PIB de 2023, o dobro do esperado pelo mercado

No Relatório Trimestral de Inflação, BC ainda revisou para cima sua expectativa para o PIB de 2022, para alta de 2,7%

Foto: Shutterstock

O Banco Central espera que o PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro cresça 1% em 2023, o dobro do previsto por analistas de mercado no último Boletim Focus, pesquisa semanal do BC. A estimativa consta do Relatório Trimestral de Inflação, divulgado nesta quinta-feira (29).

No documento, o BC ainda revisou para cima a sua expectativa para a alta do PIB de 2022, que era de alta de 1,7% em junho, para crescimento de 2,7% – a revisão foi feita com base no crescimento além do esperado da economia no segundo trimestre.

Para o ano que vem, o Banco Central observou que a desaceleração da economia global e o impacto do aumento da taxa básica de juros, a Selic, irão refrear a expansão da atividade. Mesmo assim, o relatório pondera que os investimentos continuarão robustos e acima do pré-pandemia, e que as exportações irão crescer a despeito da atividade mais fraca no mundo.

“Exportações e importações de bens e serviços devem crescer 3,0% e 0,5%, respectivamente”, apontou o documento. “A expectativa de crescimento das exportações, apesar da perspectiva de desaceleração global, reflete previsão de alta nos embarques de produtos básicos, em especial os agropecuários, em linha com perspectivas favoráveis para a safra 2022/2023.”

No caso das importações, o pequeno aumento das compras de outros países foi projetado pelo BC por conta de uma eventual queda no consumo das famílias levar a uma produção industrial menor.

O BC espera que indústria e serviços apresentem leve alta no ano que vem, com aumentos de 0,4% e 0,6%, respectivamente, enquanto que a agropecuária deve se expandir em uma escala muito maior, avançando 7,5%.

“A perspectiva de alta na agropecuária, setor menos cíclico, reflete prognósticos favoráveis para a safra de grãos de 2022/2023, em especial para as culturas de soja – após quebra parcial na safra 2021/2022 – e de milho, com expectativa de elevação da área plantada e da produtividade”, disse o BC. “Espera-se ainda crescimento no abate de bovinos, suínos e aves.”

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Investimentos e consumo das famílias

Na avaliação do BC, a chamada Formação Bruta de Capital Fixo, que mede os investimentos, deve recuar 0,5% no ano que vem. Apesar da queda em relação a 2022, o patamar continuará superior ao registrado no pré-pandemia. O Banco Central ainda projeta uma alta de 0,7% no consumo das famílias e de 1% no consumo do governo.

“O consumo do governo ainda não retornou aos níveis do final de 2019, o que sugere espaço para a continuidade da normalização ao longo de 2023, com altas em serviços ofertados pelo governo, como saúde e educação públicas”, diz o relatório.

O BC atribui sua projeção de perda de ritmo do consumo das famílias e dos investimentos ao impacto do aumento da taxa básica de juros, hoje em 13,75% ao ano. “Apesar deste prognóstico, a FBCF [formação bruta de capital fixo] deve continuar em níveis bastante superiores aos do período pré-pandemia”, diz o relatório.

Inflação

O Banco Central ainda repetiu no relatório suas projeções para o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) para 2022 a 2024, que haviam sido comunicadas na última ata do Copom (Comitê de Política Monetária do BC).

A expectativa é que a alta de preços fique em 5,8% neste ano, 4,6% em 2023 e 2,8% em 2024.

Após o Copom ter interrompido o ciclo de alta dos juros básicos na semana passada, se intensificaram as apostas sobre o momento em que o BC começará a cortar a Selic.

Apesar da ata da última reunião ter adotado tom duro e falado em juros altos por período prolongado, parte do mercado acredita que a forte deflação deste mês pode abrir espaço para a queda começar já no primeiro trimestre de 2023.

A partir das 11h desta quinta, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, concede entrevista sobre o relatório.

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