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Por que as ações do Twitter (TWTR34) caem e qual é a relação disso com o governo dos EUA

No início deste mês, Musk retomou a proposta de compra pela rede social por US$ 44 bilhões

Foto: Shutterstock

Em meio a desdobramentos da potencial aquisição do Twitter (TWTR34) pelo bilionário Elon Musk, as ações da rede social operam em queda no pregão desta sexta-feira (21). 

Por volta das 14h15, os papéis eram cotados na Nyse (Bolsa de Valores de Nova York) a US$ 49,97, em queda de 4,71%. No início da sessão, as ações do Twitter chegaram a recuar mais de 5% com dúvidas acerca da viabilidade da compra, enquanto partes envolvidas aceleram o processo de concretização do negócio.

No início deste mês, Musk retomou a proposta de compra pela rede social, após semanas tentando cancelar o negócio, que foi formalizado em abril deste ano. 

O bilionário e dono da Tesla (TSLA34) alegava que não tinha sido informado corretamente pela gestão do Twitter sobre o tamanho da base de usuários e a proporção de contas falsas na rede social.

O Twitter acionou a Justiça americana para obrigar o empresário a seguir em frente com sua proposta de mais de US$ 40 bilhões pela companhia, ou então pagar uma multa de US$ 1 bilhão. 

Ao que parece, Musk voltou a estar interessado no negócio, mas o que chama atenção do mercado nesta sexta é a informação da Bloomberg acerca dos desdobramentos pós-aquisição. 

Caso de segurança nacional

De acordo com a agência, o governo americano poderá submeter a proposta de Musk a uma análise de enquadramento na Lei de Segurança Nacional dos Estados Unidos. 

A razão seriam comentários de Musk acerca do funcionamento da Starlink, sua empresa de internet via satélites, na Ucrânia e publicações do bilionário simpáticas a Vladimir Putin, presidente da Rússia. 

Ambos os países estão em guerra há oito meses, e o governo americano posiciona-se claramente do lado ucraniano.

Além disso, o negócio poderia envolver a participação de fundos de investimento estrangeiros, o que desagrada às autoridades dos Estados Unidos em função da potencial forte influência estrangeira numa das redes sociais que acabam criando opinião pública no país.

As ações da empresa operam em baixa por causa do receio de que uma eventual influência governamental impeça Musk de finalmente comprar o Twitter.

A gestão da empresa tem encontrado dificuldades para gerar valor aos acionistas. Nos 12 meses anteriores ao dia da divulgação da proposta do bilionário, que fez as ações dispararem, os papéis da rede social recuavam cerca de 40%.

Quem comprou as ações do Twitter no IPO, realizado em 2013, e segurou até aquele dia, viu as ações não saírem do lugar, ficando perto de US$ 40. 

A gestão de Musk poderia trazer maior visibilidade à monetização dos usuários, redução de despesas para recomposição de margens e, consequentemente, lucratividade mais constante. 

Segundo o jornal The Washington Post, em publicação na última quinta-feira (20), Musk pretende demitir 75% dos colaboradores do Twitter. De acordo com fontes, o empresário enxerga a empresa como “inchada” e acha que os cortes melhorariam sua eficiência.

No segundo trimestre deste ano, o Twitter reportou uma leve redução de receita em comparação ao mesmo período de 2021, para US$ 1,17 bilhão. A empresa reverteu o lucro US$ 65,64 milhões em prejuízo de US$ 270 milhões na mesma comparação.

Enquanto o faturamento caiu, as despesas gerais e administrativas subiram 53%, para o equivalente a 18,4% de toda a receita – algo não compartilhado pelas outras techs do mercado americano. 

A divulgação do balanço do terceiro trimestre está marcada para a próxima terça-feira (25). A expectativa é de mais um prejuízo. 

Proposta pelo Twitter a todo vapor

Enquanto o governo dos Estados Unidos avalia o que fazer e Musk estuda como aumentar a produtividade da companhia, as partes envolvidas tentam acelerar o processo de conclusão da proposta de US$ 44 bilhões. 

Segundo a Bloomberg, os advogados e bancos envolvidos no negócio esperam fechar o negócio até a próxima sexta-feira (28). Hoje, o valor de mercado do Twitter é de US$ 38,3 bilhões. 

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Uma das principais etapas é estabelecer as amarras necessárias para o financiamento de US$ 13 bilhões em dinheiro para que Musk conclua a compra. A maior parte de seu patrimônio está atrelado a ações da Tesla, o que o deixa com pouca liquidez. 

O Morgan Stanley lidera as conversas, que estão adiantadas. Em abril, um comitê de bancos mostrou-se favorável à compra do Twitter por Musk em uma carta de compromisso que forneceria parte dos recursos. 

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