A Nu Holdings (NUBR33), controladora do Nubank, informou que irá abandonar a listagem de seus BDRs nível III na B3. Segundo o fato relevante divulgado na noite da última quinta-feira (15), a decisão foi tomada pelo Conselho de Administração da empresa.
Até então, a fintech necessitava do registro da CVM (Comissão de Valores Mobiliários) e seus papéis poderiam ser negociados livremente na B3. Agora, a ideia do Nubank é passar a listar os BDRs nível I.
Com isso, há a dispensa do registro na CVM. Os papéis devem ser negociados em balcão e o Nu deixa de ser uma empresa de capital aberto no país, pouco mais de nove meses após estrear na Bolsa brasileira.
O que achamos
A descontinuidade do registro no Brasil – que não afeta em nada a listagem das ações da empresa na Nyse (Bolsa de Valores de Nova York) – foi justificada pelo Nubank com a maximização da eficiência e minimização de “redundâncias consequentes” da listagem em mais de um país.
As demandas estruturais para a dupla listagem, entretanto, já eram de conhecimento da empresa em dezembro de 2021, quando abriu capital nos Estados Unidos, levantando US$ 2,6 bilhões.
Além disso, o Nubank não seria a única companhia a manter essa relação com os mercados de capitais brasileiro e americano. A XP, que tem resultados crescentes, também escolheu abrir capital fora do país (na Nasdaq, em 2019), e tem seus BDRs listados no Brasil.
Até o fechamento de ontem, os BDRs do Nubank haviam perdido 56% de seu valor desde que começaram a ser negociados na B3.
Como o BDR do Nubank deve reagir
Os detentores dos BDRs do Nubank terão três opções de conversão: trocar os recibos por ações nos EUA; trocar os BDRs nível III para nível I; ou vender os papéis em Bolsa.
Do ponto de vista operacional, pouco muda para o Nubank, embora os ganhos de eficiência estejam no alvo. Para os BDRs, poderá existir um movimento de venda, acompanhando o preço das stocks, que caem no mercado futuro nesta manhã.