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Eletrobras (ELET3): resultado em linha com projeções aquece expectativas para privatização

O lucro do período entre outubro e dezembro de 2021 ficou em R$ 610 milhões, recuo de 52%

Foto: Shutterstock

A Eletrobras (ELET3) apresentou seus resultados na noite da última sexta-feira (18), que entre expectativas e realidade, ficou na média do esperado pelo mercado. Após subir 2,82% antes da divulgação do balanço, as ações da empresa fecharam em queda de 1,71%, a R$ 34,46, nesta segunda-feira (21).

No quarto trimestre do ano passado, a receita bruta da Eletrobras subiu 26% em comparação ao mesmo período de 2020, para R$ 13,37 bilhões. 

Entre a diminuição das despesas com pessoal, material, serviços, além do imposto de renda e contribuição social, o lucro líquido do período entre outubro e dezembro do ano passado ficou em R$ 610 milhões, um recuo de 52%.

A receita com geração foi um dos principais destaques do trimestre. Nessa linha, o faturamento foi de R$ 7,9 bilhões, alta de 28% no trimestre. 

De forma recorrente, o crescimento foi de 20%, impulsionado pela receita R$ 119 milhões maior com a Eletronorte na receita das termelétricas do Amazonas, com reajustes ligados ao IGP-M. 

Ainda do lado positivo, destaca-se o endividamento nas rédeas da empresa. A relação entre dívida líquida e o Ebitda recorrente ficou na ordem de 1,1 vez. 

Pouco mais de 18% da dívida bruta vence neste ano, mas a geração de caixa da empresa tem mostrado ser capaz de fazer frente aos compromissos.

Contudo, a despeito da alta no faturamento da estatal, as provisões penderam para o lado contrário. As provisões operacionais tiveram aumento líquido de R$ 7,51 bilhões no acumulado do ano. O vilão foi o empréstimo compulsório, despesas que remetem às décadas passadas. 

O resultado financeiro também foi negativo, com uma baixa de 20% no acumulado do ano, para R$ 693 milhões. No trimestre, o resultado financeiro recorrente foi negativo em R$ 394 milhões, após o ganho de R$ 408 milhões no quarto trimestre de 2020. 

Todas as atenções do mercado, todavia, ficam voltadas para o processo de capitalização da empresa, que deve acontecer ao longo deste ano. 

O processo, similar a uma privatização, deve manter o governo junto à empresa por meio da golden share, ação que garante o poder de veto em questões sensíveis à companhia, mas levanta dúvidas por se tratar de um ano eleitoral

Privatização da Eletrobras no radar

Uma das etapas mais importantes do processo de privatização da companhia recebeu o aval do TCU (Tribunal de Contas da União), em meados do mês passado. 

No agregado da desestatização, o governo calculou em R$ 67 bilhões os valores ligados à capitalização. 

Essa foi a primeira fase dos estudos técnicos para a desestatização da empresa. Tais valores, agora, devem caminhar para a definição do preço por ação que será aplicado na capitalização da Eletrobras – etapa também que ainda passará pela análise do TCU. 

Do total, R$ 25,3 bilhões serão direcionados pela Eletrobras ao Tesouro Nacional pelas outorgas das usinas hidrelétricas, que terão seus contratos alterados. 

Além disso, R$ 32 bilhões serão destinados para a CDE (Conta do Desenvolvimento Energético), para aliviar as contas de luz através de fundos do setor elétrico.

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Os acionistas da companhia também aprovaram a continuidade do processo por meio de uma AGE (Assembleia Geral Extraordinária). Eles aprovaram a emissão de novas ações da empresa na Bolsa de Nova York, a reestruturação necessária da empresa e a formatação dos termos das ofertas. 

Ainda haverá o aval final do TCU. A estimativa do governo é que o processo seja concluído até o início de abril, para que então a capitalização ocorra no segundo semestre. 

Em relatório, o UBS afirma enxergar as ações da Eletrobras ao preço de R$ 70 na privatização.

Neste cenário, há uma redução de Opex de 80% até 2023, em seguida, com as despesas com capital subindo em 20% até 2026. A margem Ebitda a partir de 2023 ficaria em 56%, em linha com seus pares.

Como o mercado enxerga a empresa

Hoje, a União Federal controla 72,33% da Eletrobras. Com o processo de emissão de novas ações — o qual não seria acompanhado pelo governo — a fatia do capital votante cairia para 45%. 

Na visão do mercado, a eficiência da empresa e seu processo gerencial e competitivo melhoraria com venda de quase metade da participação do governo. 

De acordo com dados compilados pela Refinitiv, apresentados na plataforma do TradeMap, o momento é oportuno para comprar as ações da Eletrobras antes da privatização.

Todos os cinco analistas que acompanham a empresa recomendam a compra das ações, sendo que o preço-alvo mediano é de R$ 50,50. Com base neste preço, as ações da Eletrobras poderiam subir 46,55%.

Fonte: TradeMap
Fonte: TradeMap

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