O Bitcoin (BTC) voltou a se firmar acima de US$ 19 mil nesta sexta-feira (13), retomando o patamar observado antes da crise gerada pelo pedido de falência da FTX, há pouco mais de dois meses.
O novo rali das criptos é impulsionado pela perspectiva de alívio na alta dos juros americanos após dados da inflação aos consumidores publicados nesta quinta-feira (12) reforçarem a desaceleração da maior economia do mundo.
O bom humor deu fôlego para o Bitcoin subir mais de 14% nos últimos sete dias, segundo dados da plataforma CoinGecko. Por volta das 16h30, a principal cripto do mercado registrava valorização de 2,6%, negociada na faixa de US$ 19,3 mil. Desde o início de janeiro, a cripto registra alta de 16%.
O valor representa alta de quase 15% após o fundo de US$ 16,8 mil registrado no dia 11 de novembro do ano passado, quando a FTX entrou com pedido de falência dias após bloquear o acesso dos investidores.
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A situação de insolvência na corretora, até então uma das cinco maiores do mercado, desencadeou a maior crise de desconfiança do setor desde o colapso da plataforma Terraform Labs, em maio do ano passado.
Fim do inverno cripto?
A recente valorização do Bitcoin voltou a despertar entre os investidores a esperança de fim do inverno cripto, o período de crise que retirou mais de US$ 1 trilhão do mercado desde o início do ano passado.
Para analistas, porém, ainda é muito precipitado conjecturar que o momento desafiador para os ativos de risco ficou para trás. Apesar desse alívio momentâneo, o cenário global segue bastante indefinido diante de incertezas sobre o rumo dos juros americanos e de seu impacto na economia global.
A inflação ao consumidor dos Estados Unidos recuou 0,1% em dezembro, em um cenário um pouco melhor do que a estabilidade esperada pelo mercado, dando sinais de que a maior economia do mundo começa a esfriar.
O resultado reforça a tese mais otimista de que o Fed (o banco central americano) não vá precisar subir os juros para além do esperado, pouco acima de 5% até o fim deste ano.
“Naturalmente, o mercado se anima e volta a querer tomar risco, mas parece muito uma questão momentânea. A gente não acredita nessa sustentabilidade, porque o cenário ainda é muito incerto, não só para o Bitcoin, mas para todos os ativos de risco”, destaca André Franco, chefe de research do Mercado Bitcoin.
Com uma visão mais otimista, Craig Erlam, analista sênior da casa de análise Oanda, ressalta que o atual patamar pode representar o fundo do poço para o mercado, com tendência de valorização nas próximas semanas.
“Os traders podem ter alguma esperança de voltar para acima de US$ 20 mil, um nível que já foi considerado preocupante, mas que agora potencialmente representa um sinal de renascimento”, pontuou.