Tem dúvidas sobre quais passos dar para deixar as contas organizadas ou está com algum receio em relação a determinado investimento?
Lidar com o dinheiro sempre suscita certa insegurança, mas com conhecimento é possível tomar a decisão mais inteligente para encarar o universo financeiro, seja na hora de investir, economizar ou se planejar.
E se precisar de uma ajuda, é só enviar sua pergunta para o e-mail [email protected] que a coluna TradeMap Explica vai esclarecer todas as suas dúvidas sobre finanças pessoais e investimentos.
Com o fim das eleições, devo mudar minha carteira de investimentos?
As eleições acabaram e já sabemos quem estará no Palácio do Planalto a partir do dia 1º de janeiro. Mas essa não era a única incerteza no ar e o investidor deve tomar alguns cuidados se decidir mexer em sua carteira de investimentos.
Isso porque ainda há incertezas que podem gerar forte volatilidade nos mercados, como a escolha do novo ministro da Fazenda e a definição da política fiscal para o próximo ano.
A equipe de transição do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), negocia a aprovação de uma PEC emergencial para garantir o pagamento do Auxílio Brasil de R$ 600 e outras promessas de campanha.
Já no cenário externo, a preocupação é em relação ao movimento de alta de juros nos Estados Unidos e na Europa e ao risco de uma recessão global.
Com essas informações em mãos, especialistas ressaltam que o investidor pode tirar bom proveito do atual patamar da Selic, em 13,75% ao ano, mas sem tirar o olho do mercado acionário, em especial o investidor que tem um horizonte de médio e longo prazos.
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Proteção da inflação em alta
Na avaliação de Marcelo Lara, gestor da Journey Capital, a maior atratividade na renda fixa está nos títulos corrigidos pela inflação.
Em sua visão, são esses papéis que dão uma proteção maio caso o novo governo adote uma política fiscal pouco austera. Se isso ocorre, a tendência é de alta da inflação.
Por outro lado, se houver comprometimento da saúde das contas públicas, o investidor vai garantir um rendimento real atrativo, de mais de 5,6% acima da inflação, se a aplicação for feita em um título público, ou mais perto de 6%, em papéis privados.
“Se o mercado gostar da condução da política monetária, os juros vão cair, mas o investidor já tem essa taxa garantida. É um bom ganho adicional acima da inflação”, explica Lara.
O gestor também vê boas oportunidades na Bolsa, que pode ganhar fôlego se o Brasil de fato entrar no radar dos investidores estrangeiros.
“Entre os emergentes, o Brasil pode ser a bola da vez”, avalia.
E essa “bola da vez” é justificada pelo fato de a Bolsa estar barata quando se considera a relação entre o preço da ação e o lucro das empresas (P/L). A média história desse múltiplo é de pouco acima de 11 vezes e atualmente está abaixo de nove.
“A Bolsa está barata e tem tudo para termos um rali de final de ano”, acredita Fernando Araújo, gestor da FCL Capital.
Consumo, saúde e educação no radar
Entre os setores que podem se beneficiar desse potencial rali é o de educação.
“O presidente Lula sempre privilegiou medidas para esse setor, em especial educação superior. Quando há uma mudança de governo, é natural uma mudança dos perdedores e vencedores na Bolsa”, diz Araújo.
Bruno Komura, analista da Ouro Preto Investimentos, também vê espaço para ganhos das empresas do setor de saúde, assim como aquelas ligadas ao varejo e saúde.
“Vejo que os investidores locais permanecem com baixa exposição ao mercado acionário, mas a confirmação da equipe econômica pode levar a um rali de final de ano, que pode ser intensificado pela entrada de investidores estrangeiros”, avalia.