Os contratos futuros dos principais índices de ações dos Estados Unidos operam perto da estabilidade nesta quinta-feira (22), após a forte queda registrada ontem, dia em que o banco central do país, o Federal Reserve, indicou que a alta de juros no país será mais longa que a anteriormente esperada.
O Fed também elevou a taxa de juros americana em 0,75 ponto porcentual, mas o avanço era esperado pela maior parte dos analistas, após dados piores do que o previsto para a inflação em agosto.
O presidente do Fed, Jerome Powell, disse que é preciso trazer a taxa de juros para um patamar restritivo e mantê-la por lá por algum tempo para a inflação voltar à meta de 2%. O banco central acha que este nível será alcançado apenas em 2025.
Na Europa, onde as Bolsas estavam fechadas quando o Fed apresentou sua decisão na quarta-feira, os índices de ações operam em queda. Por lá, os investidores também repercutem o aumento de 0,5 ponto porcentual na taxa de juros no Reino Unido, confirmado agora há pouco pelo Banco da Inglaterra.
Nesta quinta, às 9h30, serão divulgados os números de pedidos de auxílio-desemprego nos EUA da semana passada. Um dos motivos pelos quais o Fed alongou o ciclo de alta nos juros do país é a força do mercado de trabalho.
Há mais demanda por trabalhadores do que pessoas dispostas a trabalhar, e isso gera pressão inflacionária ao elevar o valor dos salários e aumentar o mercado consumidor.
Por isso, os investidores vão monitorar ainda mais de perto dados sobre as contratações e demissões. Uma piora no mercado de trabalho pode significar que os juros subirão por menos tempo, ou em menor intensidade.
Por volta das 8h20, os índices futuros americanos operavam no positivo. O Dow Jones subia 0,1%, o S&P 500 operava estável e o Nasdaq caía 0,1%. No mesmo horário, o Euro Stoxx 50, principal índice europeu, caia 0,6%.
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BC encerra ciclo de alta
No Brasil, o Copom (Comitê de Política Monetária) encerrou ontem o ciclo de alta da Selic, mantendo a taxa básica de juros no atual patamar de 13,75% ao ano.
A decisão ficou dentro do que a maioria do mercado esperava, mas o colegiado adotou um tom mais duro do que o visto nas últimas reuniões ao ressaltar que os juros ficarão altos por “período suficientemente prolongado” até assegurar a convergência da inflação para a meta, não descartando voltar a subir os juros.
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No cenário político, o Datafolha divulga nesta noite mais uma pesquisa sobre as intenções de voto dos brasileiros. Na semana passada, o instituto mostrou que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) mantinha a liderança com 45% dos votos, contra 33% de Jair Bolsonaro (PL). Ciro Gomes (PDT) aparecia com 8%, enquanto Simone Tebet (MDB) ficou com 5% e Soraya Thronicke (União), 2%.