A taxa de desemprego caiu para 9,1% no trimestre finalizado em julho, menor nível desde dezembro de 2015 e um desempenho em linha com o esperado por analistas de mercado. O dado anterior, do trimestre encerrado em junho, ficou em 9,3%.
Os dados são da Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), divulgada nesta quarta-feira (31) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
De acordo com o órgão, duas atividades influenciaram a queda do desemprego em julho: comércio, reparação de veículos e motocicletas (aumento de 3,7% no número de empregados) e administração pública, defesa, educação, saúde, e serviços sociais (alta de 3,9%).
“Essas duas atividades, de fato, foram destaques, mas cabe ressaltar que nenhum grupo de atividade econômica apresentou perda de ocupação. Ou seja, todos os setores adicionaram pessoas ao mercado de trabalho”, afirmou Adriana Beringuy, coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE.
Já a renda média real (descontada a inflação) dos trabalhadores alcançou R$ 2.693 no período, avanço de 2,9% na comparação com o trimestre anterior, a primeira alta em dois anos – na comparação com o mesmo período do ano passado, a renda ainda cai 2,9%.
“A última vez que houve crescimento significativo foi há exatos 2 anos, no trimestre encerrado em julho de 2020”, disse a coordenadora do IBGE no documento de divulgação da pesquisa.
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O aumento na renda, segundo o IBGE, foi puxado pelo rendimento de empregadores (6,1% de alta), dos militares e funcionários públicos (aumento de 3,8%) e trabalhadores por conta própria (aumento de 3%).
Demanda represada estimula emprego
A retomada da demanda represada no pós-pandemia e as medidas de estímulo à economia tomadas pelo governo Bolsonaro vêm impulsionando o mercado de trabalho.
Por outro lado, segundo economistas, há limites para o impacto positivo desse movimento: o elevado patamar da taxa básica de juros, a Selic, e o eventual esgotamento da recuperação do setor de serviços.