Queda forte no Ibovespa em meio a impasse com MP 1.303

Fonte: Shutterstock/Natanael Ginting

O Ibovespa encerrou a terça-feira (7) em forte queda de 1,57%, aos 141.356 pontos, em meio ao aumento das preocupações fiscais e ao ambiente externo negativo. O foco dos investidores esteve na Medida Provisória 1.303, apresentada pelo governo como alternativa à cobrança do IOF e considerada essencial para preservar cerca de R$ 20 bilhões em arrecadação.

A MP, que propõe maior tributação sobre investimentos, enfrenta resistência no Congresso e corre o risco de caducar nesta quarta-feira (8), caso não seja votada. Mudanças recentes no texto reduziram a estimativa de arrecadação para R$ 17 bilhões, após a retirada do aumento sobre apostas esportivas e receitas de empresas de “bets”.

O impasse elevou o risco fiscal e reacendeu temores sobre o equilíbrio das contas públicas, especialmente após o ministro Fernando Haddad mencionar a proposta de tarifa zero no transporte público como possível bandeira para 2026. As declarações contribuíram para o mau humor do mercado, pressionando principalmente o setor financeiro.

As ações do Itaú (ITUB4) caíram 1,59%, refletindo o receio de alta na CSLL. No mesmo setor, BB Seguridade (BBSE3) avançou 0,79%, figurando entre as poucas altas do dia. Já a MRV (MRVE3) despencou 12,12%, registrando sua maior queda intradiária desde novembro de 2024, após divulgar prévia operacional fraca, marcada por fluxo de caixa negativo e atrasos em repasses da Caixa.

No exterior, o quadro também pesou sobre os mercados. O shutdown do governo dos EUA completou mais de uma semana, interrompendo a divulgação de indicadores econômicos importantes, como a balança comercial americana. O impasse entre democratas e republicanos mantém o país sem acordo orçamentário, enquanto um relatório do Federal Reserve de Nova York apontou alta nas expectativas de inflação e no temor de desemprego, elevando a cautela global.

Entre as empresas, Lojas Renner (LREN3) anunciou R$ 217 milhões em dividendos, mas os papéis recuaram 5,70% diante do pessimismo geral. Já a Petrobras (PETR4) subiu 0,36%, sustentada por relatório da Moody’s, que destacou a solidez das métricas de crédito da estatal, mesmo com o aumento da interferência política.

No mercado de commodities, o petróleo teve leve oscilação: o WTI fechou a US$ 62,08 e o Brent, a US$ 65,77 o barril. A Opep+ indicou um aumento de produção menor que o esperado, o que sustentou os preços, enquanto tensões geopolíticas e ataques a refinarias na Rússia mantiveram os investidores em alerta.


As listas das maiores altas e baixas da carteira do Ibovespa ficaram assim:


Altas

• Minerva (BEEF3): +1,21%

• PetroRecôncavo (RECV3): +0,89%

• BB Seguridade (BBSE3): +0,79%

• Engie (EGIE3): +0,50%

• Petrobras (PETR4): +0,36%


Baixas

• MRV (MRVE3): -12,12%

• Raízen (RAIZ4): -7,22%

• Vamos (VAMO3): -6,54%

• Lojas Renner (LREN3): -5,70%

• Azzas (AZZA3): -5,69%


Confira a evolução do IBOV no fechamento de hoje (07/10):

• Segunda-Feira (06): -0,41%

• Terça-Feira (07): -1,57%

• Semana: -1,97%

• Outubro./2025: -3,34%

• 4T25: -3,34%

• 2025: +17,52%


EUA
Os principais índices de Nova York encerraram o dia em queda:

• Dow Jones: -0,20%

• Nasdaq: -0,67%

• S&P 500: -0,38%


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