Boletim Focus: Investidores voltam a elevar projeções para IPCA de 2023 e agora esperam alta de 5,38%

Especialistas ouvidos pelo BC aumentaram também apostas para a inflação de 2024

Foto: Shutterstock

Analistas ouvidos pelo Banco Central na pesquisa semanal Focus já esperam um IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) de 5,38% em 2023 – a meta para o ano que vem é de 3,25%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Na semana anterior, as projeções eram de 5,36%.

Os especialistas também elevaram suas apostas para a inflação de 2024 – de 3,30%, na pesquisa anterior, para 3,40%.

Já para 2022, a expectativa da mediana dos ouvidos pelo levantamento é de uma inflação de 7,02%, contra 7,11% da pesquisa da semana anterior, segundo dados divulgados pelo BC nesta segunda-feira (15).

Após a redução do ICMS de energia, combustíveis e telecomunicações, a alta de preços se reduziu para este ano, levando inclusive a uma deflação em julho, mas o indicador ainda fechará o ano bem acima do objetivo para o ano, de 3,5% (com banda de tolerância de 1,5 ponto).

As expectativas para a alta do PIB (Produto Interno Bruto) deste ano voltaram a crescer, de 1,98%, na pesquisa anterior, para 2%. Houve uma leve alta também nas projeções para o desempenho da atividade no ano que vem, de 0,40%, na semana anterior, para 0,41%.

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As projeções para a taxa básica de juros, a Selic, foram mantidas em 13,75% no final deste ano e em 11% no final do ano que vem. Analistas também mantiveram suas expectativas para o câmbio em R$ 5,20, tanto para 2022 como para 2023.

 

O que é a pesquisa Focus?

O Boletim Focus é uma publicação divulgada todas as segundas-feiras pelo Banco Central às 8h25, contendo um resumo das expectativas de mercado a respeito dos principais indicadores da economia brasileira, como taxa de juros básica, inflação, câmbio e juros.

O relatório apresenta resultados de uma pesquisa feita diariamente com as previsões de bancos, gestoras de recursos e corretoras, entre outros participantes do mercado, e faz parte do arcabouço da política monetária. O objetivo é monitorar a evolução das expectativas do mercado para as principais variáveis macroeconômicas, dando assim elementos ao Banco Central para decidir sobre a taxa básica da economia, a Selic.

O levantamento foi criado em 1999 como parte da transição brasileira para o regime de metas de inflação, no qual o BC se compromete a atuar para garantir que a variação de preços medida pelo IPCA esteja em linha com um objetivo pré-estabelecido.

Um dos propósitos do BC é exatamente ancorar (ou guiar) as expectativas do mercado financeiro. A razão para isso é que, quanto mais previsíveis forem as condições macroeconômicas de um país, menores tendem a ser as contrapartidas pedidas pelos investidores.

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