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TradeMap Explica: O que fazer se eu estiver perdendo dinheiro com prefixado de longo prazo?

Esses papéis ficaram pouco atrativos com o processo de alta da taxa Selic; saiba suas opções

Foto: Shutterstock

Tem dúvidas sobre quais passos dar para deixar as contas organizadas ou está com algum receio em relação a determinado investimento?

Lidar com o dinheiro sempre suscita certa insegurança, mas com conhecimento é possível tomar a decisão mais inteligente para encarar o universo financeiro, seja na hora de investir, economizar ou se planejar.

E se precisar de uma ajuda, é só enviar sua pergunta para o e-mail redacao@trademap.com.br que a coluna TradeMap Explica vai esclarecer todas as suas dúvidas sobre finanças pessoais e investimentos.

 

Em 2020, fiz um investimento e comprei Tesouro Prefixado 2026 a uma taxa de 7,39%. Fui tentar vender os títulos e vi que estou perdendo dinheiro. O que é melhor fazer? Troco por outra opção do Tesouro Direto?

Fazer um investimento e constatar um tempo depois que está perdendo dinheiro é frustrante. Mas antes de tomar a decisão sobre qual melhor passo a tomar, é importante antes entender que perda é essa.

Em março de 2020, era possível comprar títulos prefixados do Tesouro Direto com vencimento em 2016 e taxa de 7,39%.

Nesses títulos, a remuneração segue fixa até o vencimento. Se a aplicação foi de R$ 1 mil, o investidor irá receber R$ 73,90 a cada ano até o vencimento. Então onde ocorre o prejuízo?

Esse é um título que paga uma remuneração baixa em relação aos papéis com o mesmo vencimento que estão sendo negociados atualmente, que estão com rentabilidade em torno de 11,40% para um prazo similar.

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Compra periódica e fracionada: a forma mais cautelosa de adquirir papéis prefixados no Tesouro Direto

Quem for comprar, não vai querer pagar R$ 1 mil nesse papel, irá pagar menos para “compensar” a diferença de rentabilidade entre o passado (2020) e hoje. Essa é a marcação a mercado, que reflete o preço a que os ativos estão sendo negociados em uma determinada data.

Vale lembrar que nesse período a taxa Selic estava em 4,25% ao ano e em trajetória de queda. Já a inflação esperada para os anos seguintes era de 3,5% (2021 a 2023), segundo o Boletim Focus.

Nesse cenário, comprar um título com remuneração a mais de 7% ao ano parecia um bom negócio.

No entanto, mesmo parecendo vantajoso, é preciso levar em conta os riscos desse tipo de investimento. Sim, título público também tem risco. Pode não ter o risco de crédito (menor chance de um calote), mas ainda há os de mercado.

“Os títulos prefixados de longo prazo têm mais risco. Há o risco de a inflação subir e, em paralelo, as taxas de juros subirem. É o que estamos vendo atualmente”, diz Adriano Rondelli, sócio do escritório de agentes autônomos Valor Investimentos.

Rondelli explica que fazer a troca dos títulos (vender os adquiridos em 2020 e comprar os que pagam 11,40%) não será muito efetivo.

“Se eu vendo o meu título comprado em 2020 e invisto em um prefixado com mesmo vencimento, estarei trocando seis por meia dúzia, correndo os mesmos riscos”, diz

Em sua avaliação, a saída para o investidor é levar o título até o vencimento ou mudar de estratégia. Vender os títulos, assumir o prejuízo e buscar opções que possam dar uma maior proteção, como títulos de longo prazo corrigidos pela inflação ou que acompanhem o movimento da Selic.

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De olho no prazo

Para Michael Viriato, estrategista da assessoria de investimentos Casa do Investidor, fazer ou não essa troca também depende do prazo de vencimento do título. “Esse tipo de troca compensa para títulos que vão vencer a partir de cinco anos”, diz.

E já que o assunto é prefixado, é bom também falar de quando esse tipo de papel compensa.

O que o investidor precisa ter em mente é que irá receber uma remuneração fixa e que será vantajosa a partir das expectativas que se tem para a taxa de juros e inflação.

Quanto maior esse horizonte, maior será o risco das expectativas se frustrarem. Afinal, se as projeções para os próximos dois ou três anos já falham, imaginem para dez anos.

É por isso também que as taxas de juros de longo prazo tendem a ser maiores, justamente por ter esse risco embutido.

Para quem não quer correr esse risco no longo prazo, há opções como o Tesouro Selic, o que garantirá que o investidor não receberá menos que a taxa básica, ou o Tesouro IPCA, em que o investidor recebe um juro fixo mais a variação da inflação, ou seja, sempre haverá um rendimento real.

Mas quando é que compensa ter um prefixado?

“Dentro da renda fixa, o prefixado é o que possui o maior risco de oscilação. Mas é um investimento que pode ser atrativo para o curto prazo”, afirma Rondelli.

Para quem tem um horizonte de um ou dois anos, o prefixado pode ser interessante nos momentos em que já há uma perspectiva de queda da taxa Selic, por exemplo.

“Quanto mais longo o prazo do título, mas difícil fazer essa projeção e maior o risco de oscilação e de não acertar a leitura do cenário”, diz Rondelli.

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