TradeMap Explica: Investidor pode usar ferramentas para limitar perdas ou ganhos com ações

"Stop loss" ou "stop gain" podem ser utilizados dentro de estratégias de curto prazo

Foto: Shutterstock

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Lidar com o dinheiro sempre suscita certa insegurança, mas com conhecimento é possível tomar a decisão mais inteligente para encarar o universo financeiro, seja na hora de investir, economizar ou se planejar.

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Tenho investimentos em ações. Quando eu devo usar o “stop loss” ou “stop gain”?

O ano de 2022 tem sido de fortes emoções para os investimentos em ações. No ano, o Ibovespa, principal índice do mercado brasileiro, tem queda de 6,2%. Entre o ponto de maior valorização no ano, em 1º de abril, até a última quarta-feira (20), a desvalorização é ainda maior, de 19,2%. Nesse cenário, é natural o investidor buscar formas de proteção.

Uma dessas ferramenta é colocar limite para um máximo de perda ou ganho em uma determinada operação. Exemplificando, o investidor comprou uma ação a R$ 10 e estabelece que quer perder no máximo 10%. Se a cotação bater nos R$ 9, uma ordem de venda será disparada automaticamente. Essa operação é conhecida como “stop loss”.

É também possível fazer o mesmo para um limite de ganho. O investidor pode entender que se o papel subir até 20%, quer embolsar os ganhos. Nesse caso, quando a ação chegar a R$ 12, uma ordem de venda será emitida de forma automática. É o “stop gain”.

Flávio de Oliveira, sócio do consultório de agentes autônomos Zahl Investimentos, ressalta que usar “stop loss” ou “stop gain”, o que é feito dentro das plataformas de negociação (home broker) é uma ferramenta, que pode ou não caber na estratégia do investidor.

Em geral, essa ferramenta é utilizada por quem tem estratégias para ganhos no curtíssimo prazo, os “traders“. No caso dos investimentos feitos com base no estudo fundamentalista das ações, ou seja, que se baseia pelos fundamentos da empresa, essa ferramenta tem pouca utilidade.

“É uma ferramenta para quem tem uma estratégia pré-definida, mais especulativa, de perdas e ganhos com uma determinada ação no curto prazo. Mas o importante não é usar ou não o ´stop´, mas a estratégia”, diz.

A escolha dos limites de perda ou ganho, em percentual ou valor da cotação, são feitas nas plataformas de negociação, como forma de automatizar as operações.

“As ferramentas devem ser utilizadas por operadores de curto prazo, que fazem uma gestão ativa do seu capital, com a finalidade de gerenciar seu risco e retorno para performar ao longo do tempo”, explica Fabrício Gonçalvez, CEO da Box Asset Management.

Pegadinhas

O investidor deve saber duas coisas antes de iniciar o uso dessa ferramenta.

A primeira é que a plataforma irá, de forma automática, emitir a ordem de compra e venda. Isso não significa, no entanto, que ela será executada. A não execução pode ocorrer por falta de liquidez ou por momentos de grande volatilidade.

Por exemplo, uma ação fecha cotada a R$ 9,01 e o “stop loss” está fixado em R$ 9, ou seja, quando chegar nesse limite pré-estabelecido, a ordem será emitida e, se houver comprador nesse preço, será executada.  Mas entre o fechamento e a abertura do pregão seguinte, aconteceu um fato inesperado (quem não lembra do “Joeslay day”?), que derrubou todas as ações e o ativo do investidor, na abertura, já começou cotado a R$ 8.

Nesse caso, a ordem não será executada, porque a cotação não passou pelos R$ 9 fixados como limite e não haverá um comprador a R$ 9 para um ativo que está sendo negociado a R$ 8.

Além disso, as ordens serão derrubadas automaticamente no dia que uma ação fica “ex-dividendo”, ou seja, o dia nos quais os acionistas não terão mais direito a receber dividendos já anunciados.

As ordens são derrubadas porque as ações, nesse dia, costumam sofrer ajustes de preço. Portanto, o investidor que usa essa ferramenta precisa estabelecer novas ordens de “stop loss” ou “stop gain”.

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