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Como funciona o movimento de “short squeeze”?

Esse é o nome dado a valorizações bruscas e repentinas de um ativo, como ocorreu com a Gafisa (GFSA3)

Foto: Shutterstock/Bigc Studio

Tem dúvidas sobre quais passos dar para deixar as contas organizadas ou está com algum receio em relação a determinado investimento?

Lidar com o dinheiro sempre suscita certa insegurança, mas com conhecimento é possível tomar a decisão mais inteligente para encarar o universo financeiro, seja na hora de investir, economizar ou se planejar.

E se precisar de uma ajuda, é só enviar sua pergunta para o e-mail redacao@trademap.com.br que a coluna TradeMap Explica vai esclarecer todas as suas dúvidas sobre finanças pessoais e investimentos.

O que é o short squeeze que ocorreu com as ações da Gafisa?

É comum o investidor se deparar com a notícia que uma ação disparou de uma outra para outra, muitas vezes sem um motivo que justifique esse movimento. E é isso que é o “short squeeze”, um movimento brusco de valorização que é especulativo.

Um dos mais recentes foi com a Gafisa (GFSA3), que no dia 4 de janeiro fechou em alta de 47,5%, a R$ 30,79.

O que diferencia o “short squeeze” de um movimento de valorização comum é que ele ocorre quando a alta do papel é forçada pelo encerramento de posições vendidas, ou seja, de investidores que estavam apostando na queda do papel.

“As ações da Gafisa começaram a subir. Quem estava vendido a descoberto precisava encerrar o prejuízo e, para isso, precisa comprar o papel. Isso vai acionando um gatilho, um efeito cascata. Cria uma demanda para compra da ação”, explica Felipe Vella, analista de renda variável na Ativa Investimentos.

Venda a descoberto

A venda a descoberto ocorre quando o investidor decide vender um ativo que não possui em carteira, acreditando que o preço vai cair. Para conseguir fazer isso, ele aluga a ação.

Se a estratégia deu certo, essa ação estará mais barata do que o valor que ele vendeu, então ele compra no mercado e ganha a diferença. Se deu errado, ele precisa comprar da mesma forma para “quitar” o aluguel, mas terá que assumir o prejuízo.

“Quando precisa encerrar a operação, o investidor está adicionando volume comprador além do normal. É uma demanda artificial. É aí que se dá o ´short squeeze´”, explica Vella.

Não é possível prever quando uma ação entrará em “short squeeze”, mas a propensão maior é que ocorra entre os papéis mais alugados.

“Os investidores estão apostando na queda, mas pode sair um fato relevante que seja visto como positivo para a empresa e a ação passa subir”, explica o analista.

Quando os movimentos são muito bruscos, a ação pode ser encerrada antes mesmo da decisão do investidor. Isso porque a corretora vê que a perda do cliente está tão grande e acima da margem, que faz a zeragem compulsória.

Para operar a descoberto e evitar perder dinheiro com um “short squeeze”, uma das alternativas é buscar operar com papéis de alta liquidez, para tornar mais fácil o encerramento da operação.

Além disso, o investidor precisa saber que o risco é maior nas ações que já caíram muito. Estabelecer limites de perda também é recomendável.

GameStop

E o “short squeeze” não é exclusivo do mercado brasileiro. Em 2021, ficou famoso o caso da GameStop, uma tradicional rede de lojas de videogames nos EUA.

Um grupo de investidores se organizou por meio de um fórum de discussão da rede social Reddit para comprar as ações. Isso fez com que os vendidos também tivessem que comprar os papéis para encerrar a posição. Com isso, o papel chegou a subir mais de 1.800% em um mês.

Algo similar no Brasil é mais difícil de acontecer. Embora a venda a descoberto seja permitida, a B3 e a instrução 283 da CVM estabelecem que um investidor (ou grupo de investidores) só pode ter uma posição vendida de até 5% do free float (total de ativos em circulação) de determinado papel. Para corretoras, o limite é de 15%.

Já o mercado como um todo não pode ter uma posição vendida de mais de 25% do free float do ativo.

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