Ranking de investimentos: Bitcoin e ações lideram os ganhos em janeiro

Na lanterna, o dólar amargou queda de mais de 2%; a volatilidade no mercado de juros também afetou a renda fixa de longo prazo

Foto: Shutterstock/Julia Tsokur

E o primeiro mês do ano brindou os investidores que apostaram nas opções de risco. A volta, ao menos parcial, da confiança nas criptomoedas fez o Bitcoin saltar de preço e acumular o maior ganho entre as principais opções de investimentos. Já no mercado de ações, o desempenho foi positivo tanto para quem investiu no exterior quando para quem comprou papéis no mercado local.

O Bitcoin, em reais, chega ao final de janeiro com alta de 33,8%. A valorização ocorre após os investidores voltarem a recuperar a confiança no mercado de cripto após a crise ocorrida na corretora FTX, em novembro do ano passado.

E ainda no quesito investimento de maior risco, as ações americanas também se destacaram no mês. O Nasdaq, que concentra as ações do setor de tecnologia, subiu 10,7%. Já o S&P fechou o primeiro mês do ano com ganhos de 6,2%.

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E quando se fala em investimento de risco, é preciso lembrar que cada tipo de investidor (conservador, moderado ou agressivo) terá um nível de exposição diferente a esse risco – que está ligando à capacidade de suportar eventuais perdas.

De acordo com Rodrigo Marcatti, economista da Veedha Investimentos, esse bom humor no mercado acionário externo é justificado pela temporada de balanços, com as grandes empresas reportando resultados acima do esperado e animando os investidores.

E no Brasil o mercado acionário também foi destaque. O Ibovespa, principal índice local, fechou em alta de 3,37%. Já o Idiv, que concentra as ações boas pagadoras de dividendos, avançou ainda mais, 5,89%.

 

Esse desempenho reflete um ambiente de menor volatilidade e a ajuda do exterior. Marcatti ressalta ainda que não há motivos para realizações no curto prazo – ou seja, um processo de venda que derrube o preço dos papéis.

“A Bolsa teve uma melhora razoável e não há motivos para uma realização. Os ânimos políticos estão mais calmos. Há as discussões sobre reformas, mas nada que desagrade o mercado”, diz.

Outro ponto é o fluxo de estrangeiros, que contribui para a valorização das ações, em especial das “blue chips” – o que também explica a alta do Idiv, que possui empresas como Petrobras (PETR3, PETR4) e Vale (VALE3).

Em janeiro até o dia 27, o fluxo estrangeiro para a Bolsa estava positivo em R$ 10,9 bilhões, segundo dados da B3.

Renda fixa

Em um mês tão positivo, foram poucas as aplicações que amargaram resultado negativo. A lanterna do ranking de investimentos ficou com o dólar, que caiu 2,27% no mês, influenciado pelo fluxo de estrangeiros.

E a renda fixa, que foi a salvação das carteiras de investimento em 2022? A taxa de juros segue em patamar elevado e assim deve continuar – a taxa Selic está em 13,75% ao ano. Isso garantiu um ganho de 1,12% no CDI em janeiro e de 1,15% no IMA-S, que é um índice que acompanha os títulos atrelados à Selic.

No entanto, um dos piores desempenhos ficou com o IMA B5+, que é medido pela Anbima (Associação das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais) e reflete o desempenho dos títulos públicos com prazo de vencimento superior a cinco anos. O indicador fechou janeiro com queda de 1,26%.

Michael Viriato, professor e estrategista da Casa do Investidor, lembra que quanto maior o prazo de vencimento, maior a volatilidade do papel. No mercado de juros futuros, as taxas subiram (ou abriram, no jargão do setor) em meio às discussões sobre uma nova regra fiscal e aumento das expectativas de inflação.

“Esse desempenho do IMA B5+ é apenas o receio fiscal, que fez as taxas longas abrirem”, diz Viriato.

O investidor não pode “comprar” IMA B5+, mas pode investir em fundos que tenham esse indicador como referencial e aí ter a rentabilidade prejudicada no mês.

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