E o primeiro mês do ano brindou os investidores que apostaram nas opções de risco. A volta, ao menos parcial, da confiança nas criptomoedas fez o Bitcoin saltar de preço e acumular o maior ganho entre as principais opções de investimentos. Já no mercado de ações, o desempenho foi positivo tanto para quem investiu no exterior quando para quem comprou papéis no mercado local.
O Bitcoin, em reais, chega ao final de janeiro com alta de 33,8%. A valorização ocorre após os investidores voltarem a recuperar a confiança no mercado de cripto após a crise ocorrida na corretora FTX, em novembro do ano passado.
E ainda no quesito investimento de maior risco, as ações americanas também se destacaram no mês. O Nasdaq, que concentra as ações do setor de tecnologia, subiu 10,7%. Já o S&P fechou o primeiro mês do ano com ganhos de 6,2%.
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E quando se fala em investimento de risco, é preciso lembrar que cada tipo de investidor (conservador, moderado ou agressivo) terá um nível de exposição diferente a esse risco – que está ligando à capacidade de suportar eventuais perdas.
De acordo com Rodrigo Marcatti, economista da Veedha Investimentos, esse bom humor no mercado acionário externo é justificado pela temporada de balanços, com as grandes empresas reportando resultados acima do esperado e animando os investidores.
E no Brasil o mercado acionário também foi destaque. O Ibovespa, principal índice local, fechou em alta de 3,37%. Já o Idiv, que concentra as ações boas pagadoras de dividendos, avançou ainda mais, 5,89%.
Esse desempenho reflete um ambiente de menor volatilidade e a ajuda do exterior. Marcatti ressalta ainda que não há motivos para realizações no curto prazo – ou seja, um processo de venda que derrube o preço dos papéis.
“A Bolsa teve uma melhora razoável e não há motivos para uma realização. Os ânimos políticos estão mais calmos. Há as discussões sobre reformas, mas nada que desagrade o mercado”, diz.
Outro ponto é o fluxo de estrangeiros, que contribui para a valorização das ações, em especial das “blue chips” – o que também explica a alta do Idiv, que possui empresas como Petrobras (PETR3, PETR4) e Vale (VALE3).
Em janeiro até o dia 27, o fluxo estrangeiro para a Bolsa estava positivo em R$ 10,9 bilhões, segundo dados da B3.
Renda fixa
Em um mês tão positivo, foram poucas as aplicações que amargaram resultado negativo. A lanterna do ranking de investimentos ficou com o dólar, que caiu 2,27% no mês, influenciado pelo fluxo de estrangeiros.
E a renda fixa, que foi a salvação das carteiras de investimento em 2022? A taxa de juros segue em patamar elevado e assim deve continuar – a taxa Selic está em 13,75% ao ano. Isso garantiu um ganho de 1,12% no CDI em janeiro e de 1,15% no IMA-S, que é um índice que acompanha os títulos atrelados à Selic.
No entanto, um dos piores desempenhos ficou com o IMA B5+, que é medido pela Anbima (Associação das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais) e reflete o desempenho dos títulos públicos com prazo de vencimento superior a cinco anos. O indicador fechou janeiro com queda de 1,26%.
Michael Viriato, professor e estrategista da Casa do Investidor, lembra que quanto maior o prazo de vencimento, maior a volatilidade do papel. No mercado de juros futuros, as taxas subiram (ou abriram, no jargão do setor) em meio às discussões sobre uma nova regra fiscal e aumento das expectativas de inflação.
“Esse desempenho do IMA B5+ é apenas o receio fiscal, que fez as taxas longas abrirem”, diz Viriato.
O investidor não pode “comprar” IMA B5+, mas pode investir em fundos que tenham esse indicador como referencial e aí ter a rentabilidade prejudicada no mês.
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