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Bitcoin dispara quase 40% e tem o melhor janeiro em uma década; alta é sustentável?

Investidores seguem à espera de decisão monetária do Fed para vislumbrar os próximos passos da cripto

Foto: Shutterstock/Julia Tsokur

Após a sequência de crises que marcou o ano passado, o início de 2023 está se mostrando bastante promissor para o mercado de criptoativos. Em janeiro, o Bitcoin (BTC) disparou quase 40%, em dólar, registrando o melhor primeiro mês em uma década.

O desempenho consolida o ativo como o melhor investimento no ano. Para comparação, o S&P 500 – referência do mercado de ações em Wall Street – subia cerca de 6% no mês até o dia 30, enquanto o Ibovespa tinha alta de pouco mais de 2,3%.

Dados da plataforma Investing mostram que o BTC já subiu 39,9% neste mês – com dados até 13h20 desta sexta-feira (31) -, o terceiro melhor desempenho desde o início da série histórica, em 2011. O registro fica atrás somente do primeiro ano da série (66,7%) e de 2013 (51,1%).

Retomada do Bitcoin

Em janeiro do ano passado, quando o mercado já dava sinais de desaceleração após as altas recordes em novembro de 2021, o Bitcoin registrou tombo de 16,7%.

Segundo analistas do mercado, as recentes altas do mercado cripto refletem a volta da confiança dos investidores após a crise deflagrada pela FTX, no início de novembro.

Após semanas operando nos patamares mais baixos em dois anos, a cripto engatou uma sequência positiva e está atualmente presa no patamar de US$ 23 mil.

Em uma análise mais aprofundada dos dados, André Franco, head de research do Mercado Bitcoin, destaca que muitos investidores institucionais ainda não aderiram totalmente ao clima de otimismo, o que pode levar a novas quedas de preço antes de uma recuperação mais robusta.

“Alguns dados mostram que o apetite dos investidores com maiores saldos não é tão forte nesse momento”, observa.

Saiba mais:

Apesar da expectativa de correções, o especialista ressalta que o mercado está em uma “zona muito confortável” para a valorização.

Com opinião semelhante, Ed Moya, analista sênior de mercados da Oanda, destaca que a cripto encontra um grau de resistência e que, caso o clima de aversão ao risco não melhore, é possível que a moeda encontre um patamar de estabilidade próximo de US$ 21 mil.

“Os riscos de inflação estão esfriando rapidamente, o que levou a um mês bastante impressionante para as criptomoedas”, destacou Moya, em relatório.

Fed pode azedar o otimismo com criptoativos?

Após um janeiro espetacular, o que esperar para os próximos meses? Os analistas sãos enfáticos em jogar na conta do Fed (o banco central americano) a resposta para essa questão.

Nesta quarta-feira (1º), o Fomc (Comitê Federal de Mercado Aberto) vai definir os próximos passos da política monetária americana.

Caso tudo saia como o combinado, o colegiado deve aplicar um aumento de 0,25 ponto básico, jogando os juros para o teto de 4,75% ao ano.

Mais do que o número, investidores devem acompanhar com muita atenção o recado que o presidente do Fed, Jerome Powell, vai passar.

Saiba mais:

Se o tom for mais duro, o clima pode azedar, já que sinaliza que os juros devem seguir pressionando a segunda maior economia do mundo, o que diminui o apetite ao risco por investimentos mais arriscados, como as criptos.

Em análise ao mercado, a corretora Bybit destaca que, caso seja mantido um viés mais otimista, o Bitcoin tem potencial para quebrar a atual resistência e voltar a almejar voos próximos de US$ 30 mil.

Porém, se a direção tomada for outra, é possível que a critpo volte a mergulhar para o patamares próximos de US$ 18 mil, iguais aos da recente crise da FTX.

“O amplo sentimento positivo também pode se transformar em decepção, visto que o Fed pode não atender as expectativas do mercado e divulgar um novo aumento na taxa de juros além do que vem sendo estimado, e isso pode ser um banho de água fria para todos”, apontam os analistas da Bybit.

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