Ibovespa sobe com expectativa de decisão de juros no Brasil e EUA; índice encerra janeiro em alta de 3,36%

Principal indicador da Bolsa brasileira fechou o último pregão de janeiro com valorização de 1,03%

Foto: Shutterstock/Bigc Studio

O Ibovepa encerrou o último pregão de janeiro com o pé direito ao fechar esta terça-feira (31) em alta, acompanhando o clima positivo das Bolsas globais, diante das atenções voltadas para as decisões de política de monetária no Brasil e nos Estados Unidos.

No cenário doméstico, as ações de bancos e petrolíferas, grupos de grande peso na Bolsa brasileira, tiveram um dia de valorização, dando gás para encerrar o pregão no azul.

O principal índice da B3 encerrou o pregão em alta de 1,03%, aos 113.431 pontos e R$ 19,95 bilhões em volume negociado, segundo dados da plataforma TradeMap.

O desempenho faz o principal indicador do mercado brasileiro acumular alta de 0,99% na semana, enquanto em janeiro o avanço é de 3,36%.

Decisão de juros no Brasil e nos EUA

As decisões do Copom (Comitê de Política Monetária) e do Fomc (Comitê Federal de Mercado Aberto) para definirem os juros no Brasil e nos Estados Unidos, respectivamente, concentraram as ações dos mercados no pregão.

Enquanto o colegiado americano deve anunciar um aumento de 0,25 p.p (ponto percentual), elevando a taxa para o teto de 4,75%, o par brasileiro tem tudo para manter a Selic estacionada em 13,75% ao ano.

As atenções, porém, estarão voltadas aos detalhes do tom das autoridades monetárias. No caso americano, uma percepção mais dura deve impactar negativamente, já que sinaliza mais pressão dos juros na maior economia do mundo, diminuindo a atratividade da renda variável.

Para Rodrigo Cohen, analista de investimentos e co-fundador da Escola de Investimentos, os últimos dados da economia americana apontam para um quadro menos drástico.

Todos esses fatores contribuem para que os juros não subam tanto. Segundo ele, o comitê deve abordar todos esses fatores no comunicado.

No Brasil, por sua vez, o BC (Banco Central) deve reforçar o discurso das últimas reuniões de atenção com o cenário fiscal e de que não vai hesitar em voltar a subir os juros caso as expectativas das taxas futuras voltem a subir.

Altas do dia

A Hapvida (HAPV3) foi destaque do dia ao subir 9,57%. As ações da empresa performaram bem com a expectativa de aumento dos planos, após dados da ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) apontarem o crescimento da contratação de planos privados em dezembro de 2022.

Números da ANS publicados no fim da última semana mostraram que a aquisição de planos de saúde privados no Brasil fechou 2022 em 50,5 milhões de clientes, o maior número desde 2014. Somente em dezembro, foram adicionados mais de 239 mil novos usuários, acima dos 151,6 mil registrados de outubro para novembro.

Em relatório, a Genial Investimentos destacou que a Hapvida teve aumento de 102 mil clientes no mês, enquanto a concorrente SulAmérica (SULA11) registrou acréscimo de 42 mil usuários.

“O último mês do ano impulsionou as adições líquidas de operadoras, o que deve trazer bons reflexos para os resultados das companhias no quarto trimestre de 2022”, informaram os analistas da casa.

Ainda na ponta positiva, destaque para a alta em bloco dos bancos. Os papéis do BTG Pactual (BPAC11) subiram 2,03%, enquanto Bradesco (BBDC4) e Itaú (ITUB4) subiram 1,67% e 1,56%, nesta ordem.

O dia também foi de recuperação para o petróleo. O contrato futuro para o barril tipo Brent fechou em alta de 1,25%, a US$ 85,56, de acordo com dados da ICE.

O desempenho impulsionou as petrolíferas da Bolsa. Os papéis preferenciais da Petrobras (PETR4) valorizaram 1,67% e os ordinários (PETR3) subiram 1,62%.

Assaí lidera quedas

O Assaí (ASAI3) liderou as perdas do dia com queda de 5,44%. Mais cedo, a XP divulgou relatório indicando a venda do papel. O preço-alvo, porém, foi corrigido na parte da tarde.

Apesar de reiterar a recomendação de compra, a corretora cortou o preço-alvo para a ação ao fim de 2023 de R$ 27 para R$ 22, o que representa uma valorização de 5,9% frente ao fechamento da véspera.

Os analistas Thiago Suedt, Danniela Eiger e Gustavo Senday, que assinam o relatório, afirmam que o setor enfrenta um cenário “desafiador” em 2023, e, no caso específico do Assaí, projetam resultados “mais conservadores” ao longo do ano.

De toda forma, a recomendação de compra é reiterada pelos analistas por considerarem que o segmento de atacarejo, no qual o Assaí está inserido, é “vencedor” no setor.

O pódio de queda ainda foi composto por JBS (JBSS3) e Klabin (KLBN11), com tombos de 3,97% e 1,78%, respectivamente.

A queda do frigorífico reflete a baixa do dólar, moeda pela qual suas operações estão expostas. A moeda americana encerrou o dia com perda de 0,47%, a R$ 5,09.

Mercados globais e criptos

No exterior, os principais mercados fecharam no campo positivo à espera do Fed. Nesta quinta (2), também serão divulgadas novas taxas de juros na Inglaterra e da zona do euro.

Em Wall Street, o Dow Jones subiu 1,09%, o S&P 500 valorizou 1,46% e a Nasdaq teve alta de 1,67%3. No outro lado do Atlântico, o Euro Stoxx 50 ganhou 0,12%.

Ainda nos EUA, o mercado continua a acompanhar a divulgação dos balanços do quarto trimestre de 2022 de grandes empresas do país. Nesta terça, os investidores observam a divulgação da General Motors, Exxon Mobil e do Spotify.

O mercado cripto seguiu o bom humor e se manteve em alta na maior parte do dia. O desempenho reforça o caminho do Bitcoin para o melhor mês de janeiro desde 2013, com valorização próxima de 40%.

Saiba mais:

Por volta de 17h50, o BTC subia 0,40% em comparação as últimas 24 horas, acima de US$ 23 mil. Na mesma hora, o Ethereum (ETH) ganhava 1,70%, negociado acima de US$ 1,6 mil.

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