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Menos brasileiros estão com dívidas em atraso, mas inadimplentes passam de 65 milhões

Haddad deve anunciar programa de renegociação, o "Desenrola Brasil", após volta de Davos

Foto: Shutterstock/Sidney de Almeida

O décimo terceiro ajudou a reduzir o número de inadimplentes em dezembro. O número de pessoas com dívidas atrasadas era de 65,06 milhões no mês passado, quase 500 mil a menos que no mês anterior, segundo dados do SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito) e CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas).

“A entrada do 13º salário e a abertura de vagas de trabalho temporário no final do ano podem ter contribuído para essa queda, que apesar de tímida, rompe um histórico de crescimento e de recordes dos meses anteriores”, avalia José César da Costa, presidente da CNDL.

Apesar da queda, o número ainda indica que quatro em cada dez brasileiros (40,1%) estão inadimplentes. E mais: no comparativo entre dezembro de 2022 e dezembro de 2021, o número de inadimplentes subiu 8,8%, ou seja, quase 5,3 milhões de brasileiros tiveram o nome negativado (inscrito em cadastros de inadimplência) nos últimos 12 meses.

Desenrola Brasil

Uma das promessas de campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva é o “Desenrola Brasil”, que tem como objetivo reduzir o número de negativados e reintroduzir essas pessoas no mercado de crédito.

A expectativa é que as novas medidas sejam anunciadas após a volta do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, de Davos (Suíça).

Durante a campanha, a proposta era separar os débitos em dois grupos: não-bancários (carnês de lojas, contas de consumo) e bancários (cartão, cheque especial, financiamento de veículos).

Para esse primeiro grupo, seria criado um fundo garantidor e as empresas que oferecessem maior desconto na negociação teriam preferência nas negociações com os clientes.

Já para o segundo grupo, a proposta era o uso dos depósitos compulsórios, mas a campanha não detalhou como isso ocorreria. Na crise financeira global, os bancos de maior porte podiam usar parte dos depósistos compulsórios para comprar as carteiras de crédito das instituições de menor porte, provendo liquidez ao sistema.

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O crescimento do número de endividados está ligado às mudanças do cenário macroeconômico, em especial após o início da pandemia da Covid-19. O aumento de desemprego no primeiro ano da pandemia e, depois, a inflação e aumento dos juros, corroeram a capacidade de pagamento das famílias.

Além dos números das empresas de monitoramento de crédito, como o SPC Brasil e Serasa, os dados do Banco Central (BC) também apontam para a piora do perfil dos endividados.

O nível de endividamento das famílias chegou a 49,8% em outubro, alta de 1,4 ponto percentuais em 12 meses.

Esse indicador significa que, da renda bruta das famílias recebida em 12 meses, quase a metade foi destinada ao pagamento de dívidas (não necessariamente em atraso).

Valor médio das dívidas

O levantamento do CNDL aponta que os inadimplentes têm, em média, dois credores diferentes e, ao todo, deviam R$ 3.812 em dezembro, ante R$ 3.775,32 do mês anterior.

Em relação ao tamanho das dívidas, 33,6% dos inadimplentes têm contas em atraso de até R$ 500, e uma fatia de 20,3% deve entre R$ 1 mil e R$ 2,5 mil.

A faixa de dívidas de R$ 2.500,01 a R$ 7 ,5 mil representa 18,7% dos endividados e, acima desse patamar, ficam outros 12,8%.

Roque Pellizzaro Junior, presidente do SPC, alerta que o início de ano é um período de maiores gastos e que isso pode levar a novos descontroles financeiros.

“O consumidor deve se manter atento ao orçamento e priorizar o pagamento das contas antes de fazer qualquer compra extra”, diz.

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