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Vale (VALE3) se segura no topo das ações mais indicadas para agosto; conheça a novata da vez

Mineradora faz parte da carteira para agosto de 9 das 13 corretoras consultadas pela Agência TradeMap

Foto: Divulgação

Mesmo depois de desapontar o mercado com seus resultados do segundo trimestre, com queda de 17,7% no lucro, de 53,1% no Ebitda e de 32,4% na receita, a Vale (VALE3) não perdeu seu posto de queridinha dos analistas.

A ação da mineradora, que caiu 8,9% e agora acumula baixa de 7,1% desde o início do ano, depois de surfar vários meses na onda de valorização do minério de ferro, figura em nove das 13 carteiras recomendadas para agosto, segundo levantamento da Agência TradeMap.

Junto com ela estão Petrobras (PETR4), Itaú (ITUB4) e Prio (PRIO3), também figurinhas repetidas, que somam ganhos de 45,8%, 13,2% e 17,7%, respectivamente, em 2022. O nome que completa o top 5, porém, é uma estreante na lista: Lojas Renner (LREN3), com valorização de 4,63% em 2022, que entrou no lugar de Multiplan (MULT3).

“Estamos excluindo Multiplan de nossa carteira recomendada após a forte performance apresentada por suas ações no último mês. A inclusão de Renner deve-se aos seus bons fundamentos, que incorporam uma boa gestão e um sólido histórico de execução e de alocação de capital”, afirmam analistas da Safra Corretora.

A ação da varejista subiu 11,8% em julho e avança 4,6% neste ano.

De acordo com analistas da Toro Investimentos, ações de varejo, que vêm sofrendo desde o início do ano, podem encontrar ventos favoráveis nos próximos meses, com a aprovação do teto na cobrança de ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) de combustíveis, energia elétrica, comunicação e transporte, que pode contribuir para um arrefecimento da inflação, e com a aprovação da PEC dos Benefícios, que pode estimular o consumo.

O Banco do Brasil Investimentos (BB-BI) também aumentou suas apostas no setor, incluindo Renner na carteira, por considerar que a maior parte dos resultados da alta dos preços das commodities já foi capturada. “Passamos a incorporar uma ligeira acomodação de pesos entre os setores que compõem nossa carteira fundamentalista”, escrevem os analistas do banco, em relatório.

A Genial Investimentos, por sua vez, afirma manter sua posição reduzida em commodities, devido ao cenário de recessão e à situação econômica da China.

Daqui para frente, com a aproximação das eleições presidenciais no Brasil e os temores acerca de inflação e atividade econômica no exterior, a perspectiva da Toro é que os mercados enfrentem maior volatilidade. “Portanto, nossas indicações para o mês de agosto se concentram em empresas mais estáveis, posicionadas em segmentos mais sólidos da economia.”

Os analistas da Genial concordam: “Gostamos bastante da nossa exposição em empresas domésticas neste patamar de preços. Porém, ainda estamos optando por posições mais conservadoras e diversificadas”.

Confira os cinco papéis mais indicados para o mês de agosto. Vale ressaltar que mais de duas ações receberam cinco indicações, e a liquidez foi usada como critério para a seleção final.

Vale (VALE3)

Apesar dos números negativos reportados pela Vale no segundo trimestre (confira aqui), muitos analistas ainda veem a performance futura da companhia com otimismo. “A pressão de custos e despesas fez com que as margens encolhessem, entretanto, esperamos uma descompressão no médio prazo”, afirmam analistas da Guide.

A Toro cita, como pontos positivos da companhia, sua estrutura operacional robusta, a sólida geração de caixa e os múltiplos descontados na comparação com os principais preços internacionais.

Ainda que a corretora reconheça a volatilidade dos preços do minério nos últimos meses, sua perspectiva é que as medidas expansionistas anunciadas pelo governo chinês possam gerar um aumento de demanda – o que, somado ao anúncio de recompra de ações no trimestre passado, tende a compor um cenário positivo para as ações da Vale no curto prazo.

A indicação da Vale, no entanto, não é unânime. O BTG Pactual, por exemplo, optou por excluir as ações da mineradora de sua carteira, citando a desaceleração da atividade econômica global e as dificuldades em prever os resultados da guerra entre a Rússia e a Ucrânia.

“A Vale é negociada com um valuation barato e distribuiu, agressivamente, caixa aos acionistas por meio de dividendos e recompras, mas com as construtoras chinesas tendo dificuldades e os problemas de produção afetando sua performance, onde estão os gatilhos da tese no curto prazo?”, questionam os analistas do BTG.

A Ativa, por sua vez, manteve a Vale em sua carteira, mas reduziu o peso das ações de 12% para 10%, devido às dificuldades operacionais da companhia, à revisão para baixo de seu guidance de produção de minério para o ano e às pressões de questões logísticas e do preço do combustível sobre os custos.

O mesmo movimento, de redução de exposição, foi feito pela Safra Corretora. A instituição, porém, afirma manter o otimismo em relação às ações, mesmo com os menores preços do minério de ferro e com a maior incerteza sobre a economia da China.

Itaú (ITUB4)

A presença do Itaú nas carteiras recomendadas para agosto se deve, principalmente, às expectativas otimistas em relação aos resultados do banco para o segundo trimestre, previstos para o dia 8 de agosto.

“Acreditamos que o banco deve manter os bons números apresentados no trimestre passado, especialmente em expansão de carteira de crédito e margem financeira com clientes, o que deve se traduzir em um lucro crescendo 16% ano a ano”, diz o Safra.

Os analistas do PagBank também avaliam que o Itaú vai reportar resultados sólidos no segundo trimestre, com crescimento na rentabilidade e na receita. O banco ainda espera um alto volume de provisionamento, o que vê como positivo diante da incerteza econômica.

A Santander Corretora cita ainda, como pontos que jogam a favor do Itaú, sua estratégia phygital, integrando agências físicas e empreendimentos digitais, que o diferencia em relação aos outros grandes bancos, além do guidance para 2022.

Lojas Renner (LREN3)

Novata no ranking, a Lojas Renner também deve apresentar bons números no segundo trimestre, de acordo com analistas, e seus fundamentos a diferenciam de suas concorrentes.

O BB-BI, que incluiu a Renner na sua carteira neste mês, afirma que a indicação está baseada nos resultados recentes da companhia – cuja tendência positiva deve se confirmar no balanço dos meses de março a junho.

A Guide também está otimista com os próximos números: “Esperamos resultados sólidos no segundo trimestre, superiores aos níveis pré-pandêmicos, dada a melhora da omnicanalidade da Renner, além da retomada do fluxo em shoppings”, diz a corretora.

O BB-BI ainda menciona a experiência omnicanal que a Renner proporciona aos clientes, o histórico acertado de desenvolvimento de coleções, a oferta de produtos financeiros e o desenvolvimento do ecossistema de moda e lifestyle como pontos-chave da tese de investimento na varejista.

“Acreditamos que a Renner é uma das varejistas de vestuário mais bem posicionadas para continuar ganhando participação de mercado por sua grande assertividade de coleções e por sua robusta posição financeira, que poderia fazer a diferença neste momento de maior custo de capital”, dizem os analistas do Safra.

O BTG acrescenta à lista de pontos fortes da Renner sua cadeia de suprimentos de última geração, a execução premium, que se beneficia do trade-down (troca de produtos e serviços mais caros por equivalentes mais baratos) dos consumidores, e dos ganhos de participação de mercado.

Petrobras (PETR4)

Outra figurinha repetida entre as ações mais indicadas, a Petrobras reportou números fortes no segundo trimestre, acima das expectativas do mercado, impulsionados pela alta nos preços do petróleo e por maiores margens de derivados e gás natural.

E, na visão de analistas, a tendência de resultados fortes deve continuar. “Vemos a estatal cada vez mais eficiente, com margens recorrentemente apresentando melhoras, e o endividamento progressivamente encolhendo”, diz a Guide.

Foram esses pontos, segundo a corretora, que permitiram o anúncio de R$ 6,73 por ação em dividendos. Esse anúncio, na visão do BTG, é uma prova da capacidade de criação de valor da estatal.

Justamente devido à continuidade do processo de redução de endividamento, à nova política de dividendos, ao foco em ativos com maiores retornos e aos níveis atuais do preço de petróleo, o Safra aumentou o peso da petrolífera em sua carteira.

Além disso, um fator que vinha pesando contra as ações tende a diminuir, na visão do BTG. “Após uma longa lista de trocas de CEOs e os cortes de impostos do governo sobre os combustíveis, a pressão política sobre a Petrobras pode diminuir, já que os fatores macros recentes e micro estão melhorando a percepção de risco da Petrobras”, dizem os analistas.

Prio (PRIO3)

A Prio (ex-PetroRio) também deve colher frutos dos altos preços do petróleo, diz a Toro, além de se beneficiar de suas estratégias de redução de custos, melhora na administração de recursos e aquisições de novos campos de exploração. Além disso, a Toro aponta um fator que a diferencia de sua principal concorrente, a Petrobras: a não-intervenção estatal.

O PagBank, que também aposta nas ações da petrolífera, menciona seu baixo custo de extração, que joga a favor em momentos de volatilidade nos preços do petróleo.

“Com a manutenção de sua estratégia de investimentos em poços com reservas comprovadas e de custos de extração competitivos, acreditamos na continuidade do crescimento da Prio. Assim, o investimento na empresa deve levar em consideração seu potencial de crescimento e não as oscilações do valor do barril do petróleo no curto prazo”, dizem analistas da Elite Investimentos.

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