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Vale (VALE3): lucro cai 17,7% pressionado por preços menores para minério de ferro e cobre

Apesar de contração, resultado superou as estimativas de analistas

Foto: Shutterstock

No segundo trimestre deste ano, as condições globais de mercado mudaram e a Vale (VALE3) vendeu seu minério de ferro por um preço mais baixo do que o realizado no mesmo período do ano passado – e isso teve impacto direto sobre os resultados da mineradora.

Com isso, o lucro líquido da Vale teve recuo de 17,7% no segundo trimestre, na comparação com os mesmos três meses de 2021, para US$ 6,203 bilhões, afetado também pelos preços menores do cobre.

Os números mais fracos, no entanto, já eram esperados pelo mercado. “A Vale deve mostrar um declínio sequencial em resultados no segundo trimestre, pressionado por resultados mais fracos na divisão de minério de ferro”, disseram analistas do Itaú BBA, em relatório de prévia dos resultados.

Além disso, o mercado projetava um lucro mais fraco do que o anunciado: analistas do Bank of America projetavam US$ 3,187 bilhões; o Santander esperava US$ 3,593 bilhões; e a XP Investimentos, mais otimista, estimava US$ 4,078 bilhões.

O preço médio realizado dos finos de minério de ferro foi de US$ 113,3 por tonelada, diz a companhia, queda de 38,7%, devido ao preço provisório menor no final do segundo trimestre e aos prêmios menores, consequência da maior participação de produtos com alto teor de sílica no mix de vendas.

“A Vale vendeu um maior percentual de minério de alta sílica para antecipar vendas e se beneficiar dos preços de mercado mais elevados desses produtos no segundo trimestre”, disse a companhia. “A flexibilidade do supplychain da Vale permite ajustes das estratégias de vendas de acordo com as condições de mercado”, completa.

Além dos preços, outros fatores por trás na queda do lucro, segundo a Vale, foram gastos com Brumadinho e descaracterização de barragens.

Na outra ponta, diz a companhia, maiores volumes de vendas de minério compensaram parcialmente o resultado, além do Ebitda da divisão de carvão, do impacto positivo do acordo para desinvestir o Sistema Centro-Oeste, de dividendos e juros recebidos de coligadas e joint ventures, e de resultados de participações e resultados financeiros.

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O Ebitda ajustado também teve redução na mesma base de comparação, de 53,1%, encerrando o período a US$ 5,25 bilhões, com margem Ebitda de 47%, contra os 68% registrados no segundo trimestre de 2021.

A receita, por sua vez, caiu 32,4% entre o segundo trimestre de 2021 e igual período deste ano, para US$ 11,16 bilhões.

Na divisão de minerais ferrosos, o Ebitda do trimestre foi de US$ 5,14 bilhões, 51,6% abaixo do segundo trimestre do ano passado, refletindo, além dos menores preços do minério, maiores custos de C1 e frete.

Já na unidade de metais básicos, o Ebitda ficou em US$ 603 milhões, contração anual de 30,4%, devido à baixa nos preços realizados de cobre, a custos mais altos e à menor receita de subprodutos.

Dividendos

A Vale também comunicou, na noite desta quinta-feira (28), o pagamento de R$ 3,57 por ação em dividendos.

O valor bruto de R$ 3,572056566 por ação, segundo a Vale, corresponde a R$ 2,032680337 em dividendos e R$ 1,539376229 em juros sobre capital próprio.

“O montante distribuído está alinhado com nossa política de remuneração aos acionistas e refere-se ao primeiro semestre de 2022, calculado com base no balanço de 30 de junho de 2022”, afirma a companhia.

Terão direito a receber o pagamento, que ocorrerá em 1 de setembro, acionistas que detiverem ações da Vale listadas na B3 em 11 de agosto, e os que detiverem ADRs da companhia, negociados em Nova York, em 15 de agosto. Assim, as ações passam a ser negociadas ex-dividendos em 12 de agosto.

Além dos dividendos, o conselho da Vale aprovou também o cancelamento de 220.150.800 ações ordinárias em tesouraria. Com isso, o capital social da companhia passa a ser composto de 4.778.889.251 ações ordinárias e 12 ações preferenciais de classe especial.

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