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Setores ligados à economia doméstica performam bem e ajudam Ibovespa em pregão positivo

Queda nos juros e no dólar ajudam setores domésticos a performarem bem e impulsionam Bolsa brasileira rumo a mais uma alta

Foto: Divulgação/ Ibovespa

Após ter sua sequência de oito altas interrompidas na segunda, o Ibovespa voltou a performar no azul liderado por empresas expostas à economia doméstica no pregão desta terça-feira (29).

Às 13h05, o principal índice da B3 subia 0,90%, aos 119.809 pontos, e via Lojas Americanas (AMER3) e Magazine Luiza (MGLU3) se alternarem no posto de ações com maior subida no dia, valorizando 9,57% e 8,96%, respectivamente no horário.

Para Thomas Giuberti, economista e sócio da Golden Investimentos, o dia de hoje é marcado por um cenário macroeconômico favorável para a economia brasileira, o que acaba favorecendo essas ações. Para ele, o ponto principal para esse desempenho é a queda dos juros futuros no dia de hoje.

Segundo dados da TradeMap, os juros com vencimento para 2023 caíam três pontos base, enquanto os índices para 2025 e 2028 caíam 17 pontos base e 13 pontos base, respectivamente.

Fonte: TradeMap
Fonte: TradeMap

“O investidor coloca o setor de economia doméstica em uma outra perspectiva. Além da queda nos juros, você tem uma queda no preço do dólar, um sinal de que o preço da energia elétrica irá suavizar e que a inflação vai se estabilizar, além das notícias de que a guerra da Ucrânia está arrefecendo”, comenta Giuberti. A moeda americana era cotada a R$ 4,74, uma queda de 0,57% na comparação intradia.

As outras subidas de destaque no dia também ficavam com outras empresas ligadas à economia interna. Cogna (COGN3) crescia 7,27%, Via Varejo (VIIA3) valorizava 7,87%, Petz (PETZ3) subia 5% e Natura (NTCO3) apontava em 4,79% para cima.

Petrobras no centro das atenções

A maior estatal brasileira na B3 tomou conta do noticiário na noite de segunda-feira (28) após o o presidente Jair Bolsonaro demitir Joaquim Silva e Luna do cargo de presidente da empresa, e indicar o economista Adriano Pires para seu lugar.

A troca é a segunda feita por Bolsonaro desde que assumiu a presidência do país. Ele havia substituído Roberto Castello Branco por conta de uma crise instaurada no início do ano passado, e havia colocado o General Silva e Luna no posto na ocasião.

O mercado, embora costume criticar ingerências políticas na empresa, parece ter gostado da indicação de Pires para a cadeira. Isso porque o economista possui uma experiência de mais de 20 anos no setor, e já se mostrou contrário à intervenção de preços dos combustíveis por parte do governo.

“Sinalizamos que Pires tem um histórico estabelecido no setor de energia e já emitiu declarações no passado que sugerem um mandato potencialmente favorável em sua nova função, como sugerir a privatização da empresa”, afirma o UBS-BB, em relatório publicado nesta terça (29), avaliando como positivo o novo nome.  

As ações preferenciais da Petrobras (PETR4) subiam 2,06% na Bolsa, enquanto as ordinárias (PETR3) cresciam 1%. Apesar disso, a Genial Investimentos avalia em relatório publicado nesta terça que os papéis da empresa irão atravessar uma volatilidade ao decorrer do ano por conta do cenário eleitoral.

A corretora também considera que a indicação de Pires para o cargo de CEO é positiva, por se tratar de um profissional com um longo histórico de defesa da “liberalização do setor”. 

Principais quedas

As maiores baixas do pregão se concentravam em ações ligadas à mineração e siderurgia. A Gerdau liderava a fila, e via seu braço siderúrgico (GGBR4) desvalorizar 2,74% e a parte metalúrgica (GOAU4) cair 2,44%.

A Vale (VALE3), empresa que negocia cerca de 15% de todas as ações do Ibovespa, caía 1,39%, mas não era suficiente para pressionar o índice.

Thomas Giuberti atribui a queda do setor à chamada “realização de lucros”, ou seja, quando investidores entram no mercado para vender papéis que se valorizaram nos pregões mais recentes.

Fonte: TradeMap
Setores de mineração e siderurgia caíam em bloco nesta terça. Fonte: TradeMap

As ações dessas empresas têm se beneficiado da alta do preço do minério de ferro nas últimas semanas. No pregão da manhã desta terça da Bolsa de Dalian, na China, por exemplo, a commodity era negociada a 867,50 iuanes, o equivalente a US$ 136,14. O valor corresponde a uma alta de 0,52%.

Giuberti afirma que, com a perspectiva de arrefecimento na guerra da Ucrânia, o preço da commodity vai se estabilizando, e os investidores vão se desfazendo dos papéis.

Nesta terça, o vice-ministro da Defesa russo, Alexander Fomim, declarou que as tropas do país irão recuar e diminuir os ataques em Kiev e Chernihiv, localizadas ao norte da Ucrânia.

Isso ocorre depois de o governo ucraniano ter indicado que adotaria uma posição neutra em relação a participar da Otan. O status neutro significa que o país não pode fazer parte de alianças militares nem hospedar bases militares em seu território.

A possibilidade de a Ucrânia ingressar na Otan, estendendo a presença da aliança militar até a fronteira da Rússia, foi um dos motivos alegados pelo presidente russo, Vladimir Putin, para justificar a invasão ao território vizinho.

Mercado externo

Os mercados globais operam no positivo em meio à possíveis saídas diplomáticas no conflito envolvendo Rússia e Ucrânia. Como resultado, as principais bolsas de valores pelo mundo apresentavam altas nesta quarta.

Veja as subidas:

Bolsa País/Região Alta
Dow Jones Estados Unidos 0,74%
S&P 500 Estados Unidos 0,80%
Nasdaq Composto Estados Unidos 1,33%
Euro Stoxx 50 Zona do Euro 1,74%
FTSE 100 Reino Unido 0,86%
DAX Alemanha 2,79%

 

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