A Cielo (CIEL3) apresentou, na noite da última quinta-feira (26), seu resultado referente ao quarto trimestre de 2022, abrindo a temporada de balanços do período.
Em mais um bom balanço, a companhia reportou um lucro líquido recorrente acima das expectativas do mercado, saindo de R$ 300,2 milhões, de outubro a dezembro de 2021, para R$ 490,1 milhões, no mesmo período de 2022. O resultado líquido da Cielo cresceu, assim, 63,3% no intervalo.
Mesmo se ajustado pelo custo da dívida de aquisições, o lucro teve um bom avanço, atingindo R$ 372,1 milhões, alta de 61,4% sobre os R$ 230,6 milhões do mesmo trimestre de 2021.
A receita operacional líquida consolidada da Cielo atingiu R$ 2,75 bilhões, queda de 12,3% na comparação anual. Entretanto, a empresa não registrou a contribuição de outras empresas controladas na receita, assim como havia acontecido no terceiro trimestre.
Considerando apenas o resultado de Cielo e Cateno, que é o recorrente daqui por diante, a receita da empresa cresceu 18%. No acumulado de 2022, o faturamento avançou 23,4%, para R$ 10,12 bilhões.
O que achamos
Após sofrer por anos a fio com a chegada da concorrência, a Cielo tem alongado seu bem-sucedido turnaround, e deve continuar entre os destaques do segmento nos próximos trimestres.
Mesmo ainda com uma estrutura pesada, o que foi alvo de críticas nos últimos anos, a companhia tem conseguido compensar com aumento da receita e produtos que atendem seu público, monetizando-o.
As despesas operacionais da empresa cresceram 32,1% em um ano, para R$ 399,7 milhões. No acumulado de 2022, as despesas operacionais somaram R$ 1,42 bilhão, 32,6% acima de 2021.
Todavia, a companhia tem continuamente elevado seu yield de receita, que nada mais é do que a origem da receita líquida sobre o volume total transacionado. No quarto trimestre do ano passado, a empresa teve um yield de 0,72%, 0,07 ponto percentual acima do registrado 12 meses antes.
Vale destacar também que, por mais que tenha seu foco em grandes contas, a Cielo tem destinado recursos para os produtos de prazo (PP), ao antecipar recebíveis aos seus clientes de varejo e gerar receita com risco baixo. Por isso, não parece se preocupar com a queda na base de clientes (-1,4% na base trimestral).
No fim das contas, mesmo com custos e despesas altos, a companhia tem se tornado mais eficiente. A margem Ebitda cresceu 4,7 pontos em 12 meses e a margem líquida avançou 4,9 pontos no mesmo período, considerando os resultados de Cielo e Cateno
Como as ações da Cielo devem reagir
Os papéis da Cielo devem ter um dia positivo na Bolsa, ampliando seus ganhos – que foram de 146% nos últimos 12 meses.