Lucro da Cielo (CIEL3) cresce 63% no 4º trimestre e fica perto de projeção mais otimista

Impulsionada pelo aumento de preços que praticou ao longo de 2022, a Cielo (CIEL3), líder do setor de pagamentos, conseguiu elevar as margens e terminou o quarto trimestre do ano passado com um lucro líquido recorrente de R$ 490 milhões, número 63% maior que o anotado em igual período de 2021, mostra balanço publicado pela empresa na noite desta quinta-feira (26).

O resultado ficou muito próximo da projeção mais otimista feita pelo mercado, do Santander, que estimava lucro líquido recorrente de R$ 504 milhões, e superou estimativas feitas pelo BTG Pactual e pela Genial Investimentos, que esperavam ganhos de R$ 360 milhões e R$ 463 milhões, respectivamente.

Com o ganho líquido no quarto trimestre, a empresa encerrou 2022 com lucro líquido de R$ 1,479 bilhão, aumento de 78,6% em comparação a 2021.

Em 2022, a Cielo deu início a uma estratégia de reprecificação, ou seja, elevando as comissões que cobra nas transações efetuadas pelos estabelecimentos comerciais em suas maquininhas, para tentar melhorar as suas margens. E tem dado certo.

No quarto trimestre, a taxa média cobrada pela Cielo (chamada pela própria companhia de yield da receita) ficou em 0,72%, um aumento de 0,07 ponto percentual em relação ao nível de igual trimestre do ano anterior.

Também contribuíram para a melhora dos resultados o esforço da empresa para não aumentar os gastos e a maior penetração de produtos a prazo, que incluem a chamada antecipação de recebíveis, quando a Cielo cobra uma taxa maior para adiantar ao lojista o dinheiro processado na maquininha.

O indicador que a empresa utiliza para acompanhar a eficiência dos seus gastos calcula o quanto a empresa captura em relação ao volume processado pelas maquininhas. No quarto trimestre, ficou em 0,33%, praticamente estável em comparação ao nível de um ano antes.

Já o volume antecipado em produtos de prazo alcançou R$ 30,2 bilhões, crescimento de 25,4% sobre o quarto trimestre do ano anterior.

Com a melhora dos resultados operacionais, a Cielo atingiu um Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) recorrente de R$ 1,1 bilhão, expansão de 40% ante um ano antes.

E a margem Ebitda subiu para 39,7% no quarto trimestre de 2022, alta de 14,9 p.p em relação a igual período de 2021.

A receita operacional líquida da companhia, no entanto, atingiu R$ 2,754 bilhões no quarto trimestre do ano passado, queda de 12,3% em comparação a igual período de 2021.

Já o volume capturado em transações (TPV, na sigla em inglês) somou R$ 231,3 bilhões, crescimento de 11% em relação ao quarto trimestre do ano passado. O resultado representa uma desaceleração do ritmo de alta.