A defasagem entre o preço do diesel no mercado interno e o praticado no mercado internacional aumenta o risco de escassez deste combustível no Brasil, afirmou o UBS-BB em um relatório.
Mais cedo, a Petrobras anunciou que elevará o preço do diesel a partir de terça-feira (10). O aumento será de 8,8%, com o preço do litro subindo de R$ 4,51 para R$ 4,91. A mudança passa a valer a partir desta terça-feira (10).
Mesmo após o reajuste, no entanto, o preço do combustível vendido no Brasil continuaria cerca de 10% abaixo do praticado no mercado internacional.
Segundo o UBS-BB, isso é um risco para o suprimento doméstico de diesel porque o Brasil depende parcialmente de importações para abastecer o mercado interno.
“Em conversas com players do setor, alguns já começaram a sinalizar o potencial de escassez de oferta, principalmente para postos de bandeira branca”, disse o banco em relatório publicado antes do reajuste anunciado pela Petrobras.
Segundo o UBS-BB, as grandes distribuidoras de combustível provavelmente continuariam importando diesel mesmo com o preço interno abaixo do preço externo, porque vão repassar os custos aos consumidores, mas não é possível esperar o mesmo tipo de atitude de importadores independentes.
“Se este ambiente continuar, e [a oferta] ficar potencialmente mais restritiva conforme entramos no inverno europeu, podemos começar a ver um alto potencial de escassez sob determinadas condições em alguns lugares do Brasil” no final do ano, afirmou o banco.
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O UBS-BB destacou também que a guerra entre Rússia e Ucrânia levou a um desequilíbrio significativo nos mercados globais de energia, impulsionando os preços do petróleo e do gás natural e, com ainda mais força, os do diesel. Tanto o valor do combustível quanto a diferença entre o preço do diesel e o do petróleo – indicador conhecido como “crack” – subiram para níveis recorde.