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Para BTG, IRB (IRBR3) se tornou “investível” após aumento de capital, mas não para agora – entenda

Banco mantém sua recomendação neutra para a ação da resseguradora

Foto: Shutterstock

Depois de levantar R$ 1,2 bilhão em uma oferta subsequente de ações (follow-on) na última quinta-feira (1º), a resseguradora IRB Brasil (IRBR3) deu mais um passo em direção à recuperação, que, aliada a sua posição de liderança no mercado, a torna “investível” novamente, na visão de analistas do BTG Pactual.

“Com um novo time, um portfólio reciclado, uma melhor governança, mais capital e uma marca forte, o IRB pode ser ‘investível’ novamente”, afirmam os analistas Eduardo Rosman, Thiago Paura e Ricardo Buchpiguel, em relatório distribuído nesta quinta-feira (8).

O banco, no entanto, prefere esperar para ver. “’Investível’? Sim. Investiríamos agora? Não!”, escrevem os analistas, que mantiveram sua recomendação neutra para o papel, com preço-alvo de R$ 1,30 – o que corresponde a alta de 9,2% em relação ao valor da ação no fechamento da última terça-feira (6), de R$ 1,19.

A mudança de percepção dos analistas em relação ao IRB se baseia principalmente no follow-on, de acordo com o relatório, visto como um passo chave para que a companhia regularize seus indicadores de solvência, depois de reportar números abaixo do exigido pelo órgão que regula o setor, a Susep (Superintendência de Seguros Privados), em relação a cobertura de provisões técnicas e suficiência de patrimônio líquido ajustado.

Esses dois indicadores são importantes porque mostram o quanto a companhia está preparada, em termos de caixa, para dar conta de eventuais sinistros acionados pelos clientes.

Além disso, ainda que a precificação das ações em R$ 1 signifique uma queda de 50% em relação ao valor dos papéis alguns dias antes da oferta, o preço ficou acima da expectativa do BTG.

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Outro ponto positivo do IRB, segundo o banco, é sua posição de liderança no mercado brasileiro de resseguros que, atualmente, não é ameaçada por nenhuma outra empresa, dizem os analistas.

Além disso, ainda que seja provável que o IRB reporte outro prejuízo líquido no terceiro trimestre, o aumento de capital e a taxa Selic em patamares elevados devem ajudar a companhia a recuperar sua lucratividade no curto prazo.

Do outro lado, a empresa ainda enfrenta uma série de problemas, na avaliação dos analistas. Em primeiro lugar, considerando que, antes do follow-on, o IRB estava em falta de cerca de R$ 650 milhões em capital, a companhia agora terá, na melhor das hipóteses, cerca de R$ 500 milhões acima do patamar mínimo exigido – o que, na visão do BTG, não é um grande colchão.

Além disso, o BTG aponta que uma importante agência de classificação de risco ainda classifica o IRB como “grau de investimento”. Se essa recomendação for perdida, seguradoras e resseguradoras globais podem ser forçadas a reter mais capital para operar com o IRB, impactando a lucratividade da brasileira.

Nesse mesmo sentido, a BB Seguridade (BBSE3), uma das principais clientes do IRB, está reduzindo sua exposição à companhia, o que prejudica sua capacidade de elevar prêmios.

Em outra frente, os analistas acreditam que ainda há muitas incertezas em relação ao futuro da empresa, principalmente em relação ao ritmo de recuperação da lucratividade e ao novo patamar sustentável de retorno sobre patrimônio (ROE).

“Com todas as incertezas, preferimos ficar de fora e esperar. Ainda é difícil saber como o novo IRB (e sua rentabilidade) serão. Permanecemos cautelosos com a ação”, concluem os analistas.

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