Onda de rebaixamento de previsões de lucro vem aí, diz Julius Baer sobre empresas americanas

Mercado prevê crescimento de 9,2% e 7,2% nos lucros das empresas do índice S&P 500 para 2022 e o próximo ano, mas banco suíço espera alta menor

Foto: Shutterstock

O banco suíço Julius Baer afirma que as projeções de lucros atuais para as empresas americanas ainda não refletem o cenário atual e devem ser revisadas para baixo nos próximos meses.

Olhando para as estimativas de ganhos para o S&P 500, o consenso atualmente espera um crescimento de 9,2% e 7,2% nos lucros das empresas do índice para 2022 e 2023, respectivamente. No entanto, excluindo o setor de petróleo e gás, a expectativa é de expansão de apenas 2,7% nos lucros para 2022 em relação ao ano passado.

Para 2023, ocorre o contrário, se o setor de petróleo e gás for excluído, a perspectiva é de avanço de 9,9% nos lucros dessas empresas.

“Para este ano, acreditamos que os resultados consensuais já foram revisados ​​para baixo e refletem melhor a realidade econômica. No entanto, os ganhos do próximo ano ainda são muito altos e provavelmente serão revisados ​​para baixo nos próximos meses”, aponta o Julius Baer em relatório.

O banco espera mais revisões de lucros para o território negativo. Os rebaixamentos de ganhos são mais amplos nos Estados Unidos, dado que os lucros das empresas europeias se mantiveram relativamente bem, na média, devido a revisões para cima das empresas de petróleo e gás.

“Surpreendentemente, os lucros corporativos até agora permaneceram notavelmente resilientes, à medida que as empresas navegaram com sucesso pelo cenário desafiador. Dito isso, os ventos contrários provavelmente se intensificarão no futuro, e os analistas começaram a incorporar isso em suas estimativas de ganhos”, apontou o banco.

Historicamente, os ciclos de rebaixamento dos lucros duraram, em média, 18 meses, e o mercado de modo geral atingiu o fundo do poço cerca de seis meses antes do fato acontecer. No entanto, dado que tudo está se movendo mais rápido neste ciclo, o banco acredita que há boas razões para que o ciclo de rebaixamento dos lucros também seja mais curto desta vez.

Nesse cenário, o Julius Baer continua com recomendação para uma posição em papéis mais defensivos na carteira de ações, mesmo com a recuperação recente das empresas de crescimento.

As bolsas americanas acentuaram a queda nesta terça-feira, após os dados do CPI (índice de preços ao consumidor) mostrarem uma alta da inflação acima do esperado em agosto, o que reforça as previsões de uma alta maior da taxa de juros nos EUA. O S&P 500 caía 2,73% por volta das 13h, enquanto o Nasdaq recuava 3,96%.

Compartilhe:

Leia também:

Destaques econômicos – 02 de abril

Nesta quarta (02), o calendário econômico apresenta importantes atualizações que podem influenciar os mercados. Confira os principais eventos e suas possíveis repercussões:   04:00 –

Mais lidas da semana

Uma newsletter quinzenal e gratuita que te atualiza em 5 minutos sobre as principais notícias do mercado financeiro.