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O que é “gig economy” e por que Mercado Livre (MELI34) é maior aposta do Santander nesse setor

O Mercado Livre é a maior empresa de e-commerce da América Latina e está espalhada em 18 países

Foto: Shutterstock/Leonidas Santana

A chegada da Uber ao Brasil, em 2014, coincidiu com um momento em que o país estava prestes a entrar em uma crise econômica, com uma contração de cerca de 7% do PIB (Produto Interno Bruto) nos anos de 2015 e 2016.

Milhares de brasileiros perderam seus empregos nesse período e encontraram no aplicativo a chance de voltar a ter uma renda, trabalhando como motorista.

Não se trata, porém, de um emprego formal, com férias, 13º salário e todos os demais direitos garantidos pela CLT. É, na prática, um bico, sem nenhum tipo de vínculo empregatício, o que faz a Uber chamar seus motoristas de “parceiros” e não de funcionários ou colaboradores.

Esse tipo de relação de trabalho, marcado pela informalidade, é chamado nos Estados Unidos de “gig economy”, um conceito que abarca empresas que permitem esse tipo de flexibilidade.

E não vale só para profissionais que ficam à disposição de um aplicativo, esperando trabalho, como o motorista da Uber, o entregador do Ifood ou um prestador de serviços cadastrado no GetNinjas.

Também inclui plataformas que são úteis para pessoas que já tem um trabalho e estão em busca de uma renda extra, como o Airbnb, que nasceu voltado para quem queria anunciar como hospedagem um quarto que estava sobrando em casa, e a OLX, de venda de produtos usados.

Em resumo, a “gig economy” abrange empresas que operam na base da intermediação, sob demanda, sendo um aplicativo ou uma plataforma que conecta quem vender um produto ou um serviço a quem quer comprar. O termo, aliás, surgiu nos anos 1920, no contexto da Grande Depressão, e se referia a músicos americanos de jazz que eram pagos por apresentação.

Em qual investir?

A maioria das grandes empresas que podem ser inseridas na “gig economy” têm capital aberto, boa parte nos Estados Unidos, como Uber, Airbnb e Amazon, e são oportunidades de investimento.

Em relatório publicado nesta terça-feira (22), o time de analistas do Santander definiu qual era a sua favorita dentro desse conceito: o Mercado Livre (MELI34), uma plataforma bem conhecida dos brasileiros, que foi fundada na Argentina e tem ações negociadas em Nova York.

Hoje, o Mercado Livre é a maior empresa de e-commerce da América Latina e está espalhada em 18 países. A companhia não se limita mais à plataforma de venda e também está presente no setor financeiro, com o Mercado Pago, de pagamentos, e em logística, com o Mercado Envios, de entregas.

A companhia conta com mais de 120 milhões de usuários ativos e seus sites estão entre os 50 maiores do mundo em visualizações, segundo o Santander.

No terceiro trimestre, a empresa teve receita líquida de US$ 2,7 bilhões, aumento de 45% em relação a igual período, e lucro líquido de R$ 129 milhões, avanço de 36% no mesmo tipo de comparação e acima da expectativa de consenso do mercado, de US$ 115,2 milhões.

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“O principal destaque positivo do resultado foi a expansão de 0,5 ponto percentual em sua margem operacional, sobretudo em virtude do menor provisionamento para devedores duvidosos em sua frente de concessão de crédito (Mercado Crédito) e de maior alavancagem operacional”, escrevem os analistas do banco que assinam o relatório, Ricardo Peretti e Guilherme Bellizzi Motta.

Para o Santander, o Mercado Livre continua sendo beneficiado pelas mudanças nos hábitos de consumo da população, com maior adoção ao comércio eletrônico e a transações digitais.

Para os analistas do banco, os serviços da companhia empoderam pequenos empreendedores digitais e a empresa vem consistentemente ganhando participação de mercado no varejo latino-americano. “O Mercado Livre possui diversas avenidas de crescimento a explorar – incluindo, dentre outros, nos segmentos de publicidade digital e negociação de ativos financeiros.”

Por volta das 15h45, a BDR do Mercado Livre operava em queda de 0,59%, a R$ 42,44.

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