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Nas nuvens: Azul (AZUL4) dispara mais de 50% e Gol (GOLL4) sobe 30% após sinais de reestruturação

Ações de aéreas disparam no pregão com informações de que estão renegociando dividas

Foto: Shutterstock/Thiago B Trevisan

As ações da Azul (AZUL4) e a da Gol (GOLL4) disparavam nesta segunda e lideravam as maiores altas do pregão da Bolsa. A primeira avançava após divulgar seu balanço do quarto trimestre com um lucro no período e anunciar um acordo com arrendadores enquanto a Gol subia após confirmar que obteve US$ 1,4 bilhão em financiamento.

Por volta das 13h05, a Azul tinha valorização de 57,18% e a Gol avançava 30%. Ambos os papéis, vale ressaltar, estão entrando e saindo de leilão durante o dia. No mesmo sentido, o Ibovespa, principal índice da Bolsa, subia 0,93%, aos 104.836 pontos, e subia em linha com Wall Street. Na esteira das aéreas, a ação da CVC (CVCB3) subia 18,21%.

A Azul lucrou R$ 231 milhões no quarto trimestre, após prejuízo de um ano antes, mas a melhora nos resultados refletiu essencialmente o efeito positivo do câmbio sobre instrumentos financeiros detidos pela empresa. Sem este efeito, a Azul teria registrado prejuízo de R$ 610,5 milhões.

Somado a isso, a receita líquida total da companhia subiu 19,4% na comparação entre o último trimestre de 2021 e o mesmo período de 2022, e encerrou os três últimos meses do ano passado em R$ 4,4 bilhões. No ano de 2022 completo, a receita foi de R$ 15,9 bilhões, um montante 60% maior que em 2021.

Porém, o anúncio de que a Azul firmou um contrato com seus arrendadores para pagar mais de 90% de suas dívidas foi o que realmente agradou o mercado. Tanto é que antes da divulgação de seu balanço, feita mais cedo, as ações da Azul negociadas nos EUA, as chamadas ADRs, avançavam mais de 20%. Agora, o papel americano da empresa sobe 47,84% em Nova Iorque.

Nos termos da assinatura, os arrendadores reduzirão os pagamentos de arrendamento da Azul para eliminar diferimentos relacionados à Covid-19 e a diferença entre as taxas de arrendamento contratuais da Azul e as taxas de mercado atuais. Em troca, os arrendadores receberão um título de dívida negociável com vencimento em 2030 e ações precificadas de forma a “refletir a nova geração de caixa da Azul, sua melhor estrutura de capital e a redução em seu risco de crédito”.

Na opinião do Goldman Sachs, em relatório, o acordo deve ser positivo para a empresa, avaliando que o risco de crédito tem sido um assunto sensível e importante para o setor aéreo. 

Já a Gol confirmou que sua controladora, a holding Abra, concederá um financiamento de US$ 1,4 bilhão (R$ 7,28 bilhões na cotação atual). Essa é a décima transação de gestão de endividamento ou de captação de recursos da empresa desde o início da pandemia.

A Abra, criada para gerir as operações da Gol e da Avianca Group International, terá como garantia o programa de fidelidade Smiles, o que inclui sua propriedade intelectual, listas de clientes, marcas registradas e contratos relacionados. 

Para o Santander, também em relatório, a notícia é positiva para a Gol, uma vez que US$ 1,1 bilhão serão trocados por uma dívida de prazo mais longo que vence em 2028, e a nova emissão de dívida, de US$ 450 milhões, “melhorará a liquidez da empresa para enfrentar os desafios deste ano e os planos de renovação da frota”.

Empresas ligadas ao minério em baixa

A notícia de que a China estabeleceu a meta de crescimento deste ano em “cerca de 5%”, após o fim das medidas restritivas de mobilidade contra Covid-19 que mantiveram milhões de pessoas em casa e desencadearam protestos, estremeceu o mercado do minério de ferro. 

Tanto que a tonelada da commodity negociada na bolsa de Dalian teve baixa de 2,13%, cotada a a US$ 129,57. Na sexta, vale ressaltar, o contrato era cotado a US$ 133,15, o maior preço visto por lá desde julho de 2022. Essa baixa da commodity mexe diretamente com o Ibovespa, que vê ações ligadas ao minério em baixa no dia. 

Na ponta negativa, CSN (CSNA3) caía 3,84%, Vale (VALE3), a ação de maior peso no Ibovespa, perdia 2,96%, Gerdau (GGBR4) se desvalorizava 2,92% e Usiminas (USIM5) apontava em 1,95% para baixo.

A meta de 5% foi considerada modesta pelo mercado. Na avaliação da Ativa Investimentos, o país frustrou as expectativas dos agentes mais agressivos ao apontar a meta.

“As expectativas sobre o crescimento de 2023 estão em 5,3%, ou seja, a meta de 5% é uma mudança no modus operandi da China que sempre aponta para metas mais agressivas, o que traz relativo pessimismo ao mercado seja por uma mudança acomodativa ou pela sinalização de que o país não irá ter novos rompantes de crescimento” disse Étore Sanchez, economista-chefe da instituição, em comentário enviado ao mercado.

Mercados externos 

Fora do Brasil, os mercados operam em alta no início de uma semana que será dominada pelas falas do presidente do Fed (o banco central americano), Jerome Powell, ao Congresso do país, na terça e na quarta-feira.

Os investidores esperam que Powell ajude a esclarecer como vê o cenário para inflação, atividade econômica e, principalmente, o patamar final dos juros americanos – atualmente o mercado precifica uma taxa máxima de 5,5% no final de 2023. 

Somado a isso, serão informados os dados de criação de vagas no mercado de trabalho americano (payroll) no final da semana, que também ajudarão a determinar as expectativas. Por fim, o mercado aguarda a publicação do Livro Bege, relatório qualitativo sobre a economia americana na quarta-feira.

Além disso, serão divulgados ao longo da semana o PIB da Zona do Euro e o do Reino Unido, dados de atividade e inflação na Alemanha e anúncio de juros pelo Banco Central do Japão.

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