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Por que as ações da Meta (M1TA34) disparam mesmo após forte queda do lucro

Em 2022, Meta lucrou US$ 23,2 bilhões, ante um resultado líquido de US$ 39,37 bilhões em 2021

Foto: Shutterstock/mundissima

A Meta (M1TA34), controladora do Facebook, apresentou seus números do quarto trimestre de 2022 após o fechamento do pregão na última quarta-feira (1) e, nesta sessão, as ações disparam.

Por volta das 14h, os papéis da Meta subiam 23,3% na Nasdaq, para US$ 189,86, já acumulando uma alta da ordem de 50% no ano. No Brasil, os BDRs tinham alta de 9,12%, acompanhando a queda do dólar. 

Investidores gostaram (e muito) do balanço da Meta, mesmo com a companhia tendo reportado um tombo gigante de 55% no lucro líquido no quarto trimestre de 2022, saindo de US$ 10,2 bilhões, no mesmo período de 2021, para US$ 4,65 bilhões. 

Em 2022, a Meta lucrou US$ 23,2 bilhões, ante um resultado líquido de US$ 39,37 bilhões no ano anterior. 

O que, então, explica o movimento de mercado, que faz a empresa ganhar US$ 91 bilhões em valor de mercado?

As ações da holding controladora do Facebook atingiram o maior valor desde junho do ano passado, única e simplesmente por conta do contraste entre expectativa e realidade dos investidores.

O mercado opera com base nas projeções de curto, médio e longo prazos e, quando essas expectativas são quebradas – positiva ou negativamente, – as reações podem ser bruscas.

O otimismo com a Meta

A receita da holding no quarto trimestre atingiu US$ 32,16 bilhões, recuo de 4% na comparação anual, mas acima do que Wall Street esperava, que eram US$ 31,65 bilhões. 

A receita com publicidade também bateu as projeções, ficando em US$ 31,25 bilhões no quarto trimestre, contra a estimativa de US$ 30,86 bilhões. 

Uma das preocupações da empresa estava no fluxo diário, em queda do Facebook. E o resultado foi de 200 milhões de usuários acima da estimativa, ao atingir 2 bilhões. 

No conglomerado de aplicativos, foram 2,96 bilhões de usuários diários ativos. Eram esperados 2,92 bilhões no quarto trimestre.

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Mesmo que as projeções de lucro e lucro por ação não tenham sido batidas e apesar das perdas operacionais com o Reality Labs (vertical da Meta que investe, entre outras coisas, no metaverso), o otimismo com a Meta está ligado ao reconhecimento por parte da empresa do caminho a ser tomado.

Com a recessão batendo à porta dos Estados Unidos, seu principal mercado, e com a receita com publicidade aquém do esperado nos trimestres anteriores, o mercado cobrava a melhora das margens para que a empresa se sustentasse.

Em razão disso, a Meta teve de cortar 13% de seus funcionários no fim do ano passado, o equivalente a 11 mil colaboradores. Na teleconferência com investidores na manhã de hoje, o CEO Mark Zuckerberg afirmou que este é apenas o começo rumo à maior produtividade. 

Outro fato que fez com que os investidores se sentissem mais confiantes foi a redução de despesas e Capex esperado para este ano, com o guidance ficando mais ameno e, portanto, mais eficiente. 

O Capex deve atingir de US$ 30 bilhões a US$ 33 bilhões em 2023, ante a previsão de US$ 34 bilhões a US$ 37 bilhões, dando uma folga de US$ 4 bilhões à operação da holding. 

A justificativa é a mudança para uma nova arquitetura de tecnologia, que demanda menos investimentos em data center. Aqui, mostram-se os frutos dos aportes em pesquisa e desenvolvimento.

Para completar, a empresa ainda anunciou uma recompra de ações de US$ 40 bilhões, equivalente a mais de 10% do valor de mercado da empresa até o fechamento de ontem.

No ano passado, a Meta recomprou US$ 28 bilhões em ações, como uma forma de remunerar os investidores, que amargaram uma queda de 65% na cotação dos papéis na Nasdaq ao longo de 2022.

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