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Magalu (MGLU3) dispara na Bolsa após Americanas (AMER3) confirmar recuperação judicial

Por volta das 15h45, a ação do Magalu avançava 10,1; em contrapartida, o papel da concorrente despencava 32,2%

Foto: Shutterstock/rafastockbr

A ação do Magazine Luiza (MGLU3) acentuou seus ganhos na Bolsa na tarde desta quinta-feira (19) assim que a concorrente Americanas (AMER3) formalizou seu pedido de recuperação judicial na 4ª Vara Empresarial da Comarca da Capital do Estado do Rio de Janeiro.

Por volta das 15h45, a ação do Magalu avançava 10,11%. Em contrapartida, o papel da concorrente, que entra e sai de leilão, despencava 32,18%. Por volta das 13h30, para se ter uma ideia, o papel da primeira subia cerca de 5%, enquanto AMER3 recuava 23%.

Importante ressaltar que, desde que a Americanas revelou seu rombo, na quarta-feira passada, os papéis da empresa acumulam uma desvalorização de 85,5%. Já a companhia de Luiza Trajano avança pouco mais de 40% no mesmo intervalo.

Esse movimento pode ser visto como uma rotação de ações, com os investidores migrando seus investimentos da Americanas para a concorrente.

Magalu com maior participação de mercado

O BTG Pactual destacou, em comentário enviado ao mercado, que a ação do Magazine Luiza avançava nesta quinta diante de uma perspectiva dos investidores de que a empresa pode ampliar participação no mercado de comércio eletrônico com o imbróglio da Americanas.

De 13 recomendações para as ações do Magalu da Refinitiv, disponíveis no TradeMap, cinco são de compra e oito de manutenção. O preço-alvo mediano implica um potencial de valorização de 31% dos papéis.

Antes de realmente entrar em recuperação judicial, a Americanas informou nesta manhã que estudava o pedido, e declarou que a posição de caixa disponível para suas atividades havia alcançado o valor de R$ 800 milhões. O montante é 90% menor do que o divulgado pelo então CEO da Americanas, Sergio Rial, na semana passada, então em R$ 8 bilhões.

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Na visão da XP, essa posição de caixa equivale a cerca de cinco meses de despesas com pessoal e, por isso, deve ter acelerado a decisão da companhia de protocolar um pedido recuperação judicial.

Pedro Lang, especialista da Valor Investimentos, ressalta que essa “extinção” do caixa atrapalha muito a empresa.

“Discutíamos na semana passada um caixa de R$ 8 bilhões para um passivo de R$ 20 bilhões. Hoje é um caixa de R$ 800 milhões para um passivo de R$ 40 bilhões. Além disso, existe um movimento técnico de fundos zerando posições no papel, o que pressiona a ação”, comenta.

A recuperação judicial da Americanas

A Americanas decidiu entrar com o pedido de recuperação judicial após sofrer um revés judicial na véspera.

Ontem, o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro suspendeu uma decisão favorável a Americanas que a impedia de ter alguns bens bloqueados. O pedido foi feito pelo BTG e acatado pelo desembargador do caso.

Dessa forma, o banco conseguiu que a justiça bloqueasse R$ 1,2 bilhão de recursos da Americanas que estão na instituição financeira.

A varejista alegou nesta quinta, que R$ 43 bilhões em créditos listados serão alvo de reorganização nos próximos anos.

Há uma semana, a companhia revelava ao mercado a descoberta de R$ 20 bilhões em incosistências contábeis, que teriam sido registradas em contas incorretas nos balanços dos últimos exercícios.

No princípio, o ex-CEO, Sergio Rial, que puxou a comunicação junto aos investidores, disse que tudo havia passado pelos balanços nos últimos anos, mas que os valores tinham sido contabilizados de forma a mitigar a real dívida bancária da companhia.

Agora, a empresa possui dívidas na ordem de R$ 43 bilhões, diferentemente do endividamento bruto reportado em setembro de 2022, quando estava na casa dos R$ 19 bilhões. São 16,3 mil credores.

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