Ibovespa sobe com BTG (BPAC11) em alta após balanço; BRF (BRFS3) também avança

Índice segue seus pares internacionais, que também avançam

Foto: Shutterstock/rafapress

O Ibovespa operava em alta de 0,62% na tarde desta segunda-feira (13), por volta das 13h15, aos 108.747 pontos, após abrir o pregão em queda, e segue seus pares internacionais, que também avançam. Na ponta positiva, as units do BTG Pactual (BPAC11) avançavam 2,41%, com os investidores repercutindo o seu balanço do quarto trimestre, divulgado mais cedo.

O banco teve no período um líquido ajustado de R$ 1,76 bilhão, queda de 0,8% em relação ao mesmo período anterior.

No balanço, o BTG citou que um “evento específico que foi amplamente divulgado” – uma referência aos problemas na Americanas – fez a instituição provisionar R$ 1,1 bilhão na área de crédito a empresas e R$ 77 milhões na área de vendas e negociações. “No agregado, as provisões não recorrentes impactaram negativamente o lucro líquido do BTG Pactual em R$ 580 milhões”, afirmou o banco.

Na avaliação da XP, o resultado do banco veio “misto”. Em relatório, os analistas Renan Manda e Matheus Guimarães afirmaram que, apesar das provisões pressionarem o resultado, os desempenhos dos segmentos de Investment Banking e de gestão de ativos foram positivos. A XP projetava um lucro líquido de R$ 2,15 bilhões para o trimestre.

Apesar disso, o BTG registrou no ano completo de 2022 um avanço no lucro e uma receita recorde. A receita do banco cresceu 24% no ano de 2022, para R$ 17,2 bilhões, enquanto o lucro avançou 28%, para R$ 8,3 bilhões.

Na opinião de Sérgio Castro, analista CNPI da Agência TradeMap, os investidores devem manter cautela, devido ao caso Americanas, mas acredita que “o viés dos resultados é positivo”.

“A estratégia do BTG foi diferente em relação aos pares do mercado, que provisionaram 100% das dívidas da Americanas. Diante disso, o banco manteve resultados crescentes e maior rentabilidade do negócio. Sem as provisões, os resultados do banco poderiam ser ainda melhores”, afirmou Castro, em análise.

Ainda dentre as altas do dia, o papel da BRF (BRFS3) subia 3,43% após o banco Morgan Stanley elevar a recomendação das ações do frigorífico de underweight (abaixo da média do mercado, equivalente à venda) para equalweight (exposição em linha com a média do mercado, equivalente a neutro).

A troca de recomendação se deu após as quedas recentes no papel. Segundo dados da plataforma do TradeMap, as ações da companhia recuaram cerca de 64% de um ano pra cá.

O preço-alvo das ações da BRF foi reduzido de R$ 13,50 para R$ 10 pelo Morgan Stanley, o que representa um potencial de valorização de 55,8% frente à cotação de fechamento de sexta-feira (10).

Além delas, JBS (JBSS3) subia 3,08%, Grupo Soma (SOMA3) ganhava 3,25% e Via (VIIA3) apontava em 3,42% para cima.

As quedas do Ibovespa

A maior baixa do Ibovespa ficava com o papel do Carrefour (CRFB3), que perdia 3,73%. A rede de supermercados irá divulgar nesta segunda, após o fechamento do mercado, seu balanço do quarto trimestre de 2022.

Na avaliação do Itaú BBA, mesmo que as lojas maduras do Carrefour tragam bons resultados no trimestre, o processo de recuperação do BIG levará a uma compressão na margem Ebitda em relação ao ano anterior.

O BBA projeta um lucro líquido de R$ 487 milhões no balanço, uma queda de 45% no lucro da companhia no trimestre quando comparado ao período equivalente em 2021. Já a receita deve atingir R$ 24 bilhões na visão do banco, uma leve alta na comparação anual.

A ação da Azul (AZUL4) recuava 2,38% e figurava entre as maiores quedas do dia. A agência classificadora de risco Fitch rebaixou a nota da empresa por causa das dívidas.

A Fitch rebaixou a nota de inadimplência do emissor (IDR) de longo prazo em moedas estrangeira e local da Azul de “CCC+” para “CCC-“, e o da nota nacional de longo prazo para “CCC(bra)”, de “B(bra)”.

A Fitch disse, em comunicado, que os rebaixamentos refletem os “altos riscos de refinanciamento da Azul, as pressões no fluxo de caixa operacional da companhia, a deterioração de sua liquidez e as restrições mais acentuadas no mercado de crédito local”, em função da inadimplência da Americanas.

Ademais, empresas ligadas ao minério de ferro recuavam em bloco no Ibovespa. O papel da Usiminas (USIM5) se desvalorizava 1,36%, a CSN Mineração (CMIN3) recuava 1,63%, a CSN (CSNA3) apontava em 0,47% para baixo e a Vale (VALE3) perdia 0,39%. Por outro lado, a Gerdau (GGBR4) destoava e subia 1,20%.

Esses papéis acompanham uma desvalorização do minério de ferro no mercado externo, bem como incertezas quanto à intensidade da reabertura econômica na China após o fim da política de zero Covid, além do aumento da tensão com os Estados Unidos.

Além disso, a possibilidade de o gigante asiático intervir os preços do minério assombra o mercado. Isso porque, antes do feriado do Ano Novo Lunar, em janeiro, a China alertou sobre a possibilidade de intervenção no preço do minério de ferro, naquilo que o gigante asiático considera “especulação de preços”.

Com isso,  o minério de ferro negociado na bolsa de Dalian teve queda de 2,21% nesta segunda, cotado a US$ 123,28 por tonelada. A commodity, vale ressaltar, teve um movimento de alta de cerca de 60% de novembro até o final de janeiro, atingindo o patamar de US$ 130 por tonelada.

Bolsas internacionais

Os mercados globais iniciam a semana em alta, com os investidores aguardando novos dados de inflação ao consumidor (CPI) nos Estados Unidos e de que forma o número pode impactar o futuro dos juros no país.

O dado será informado nesta terça, enquanto a inflação ao produtor (PPI) será publicada na quinta. Ambos os dados serão informados às 10h30 pelo escritório de estatísticas trabalhistas americano (BLS).

Após o tom mais duro dos membros do Federal Reserve na última semana, o mercado agora precifica uma taxa de juros terminal de 5,2% ante 4,9% anteriormente. Podemos ver ainda mais pressão sobre as ações caso os dados de inflação não continuem em tendência de queda”, afirmou a XP, em relatório matinal.

Na Europa, a Comissão Europeia revisou sua previsão de crescimento para a zona do euro para 0,9% este ano, em vez dos 0,3% previstos em novembro do ano passado. “A economia da região provou ser mais resiliente do que se temia diante da guerra da Rússia na Ucrânia”, acrescenta a XP. 

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