Enquanto o Ibovespa tenta se sustentar no terreno positivo nesta segunda-feira (13), acima dos 108 mil pontos, os papéis de empresas ligadas ao minério de ferro – mineradoras e siderúrgicas – recuam em bloco no pregão.
Por volta de 12h20, dentre as maiores baixas, o papel da Usiminas (USIM5) se desvalorizava 2,04%, a CSN Mineração (CMIN3) recuava 1,22%, a CSN (CSNA3) apontava em 0,47% para baixo e a Vale (VALE3) perdia 0,39%. Por outro lado, a Gerdau (GGBR4) destoava e subia 0,42.%
Esses papéis acompanham uma desvalorização do minério de ferro no mercado externo, bem como incertezas quanto à intensidade da reabertura econômica na China após o fim da política de zero Covid, além do aumento da tensão com os Estados Unidos.
Além disso, a possibilidade de o gigante asiático intervir os preços do minério assombra o mercado. Isso porque, antes do feriado do Ano Novo Lunar, em janeiro, a China alertou sobre a possibilidade de intervenção no preço do minério de ferro, naquilo que o gigante asiático considera “especulação de preços”.
Com isso, o minério de ferro negociado na bolsa de Dalian teve queda de 2,21% nesta segunda, cotado a US$ 123,28 por tonelada. A commodity, vale ressaltar, teve um movimento de alta de cerca de 60% de novembro até o final de janeiro, atingindo o patamar de US$ 130 por tonelada.
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Na Bolsa, o índice de Hang Seng encerrou o pregão em baixa de 0,1%. Em relatório, a XP destaca que o “aumento de tensões geopolíticas entre a China e os EUA após novos objetos aéreos serem identificados em ambos os países” também pressionou o índice.
Usiminas teve prejuízo no quarto trimestre
No caso da Usiminas, o mercado também repercute o balanço do quarto trimestre divulgado na última sexta-feira (10). A empresa registrou prejuízo líquido de R$ 839 milhões no quarto trimestre de 2022, e reverteu o lucro de R$ 2,4 bilhões que havia registrado no período equivalente de 2021.
Boa parte das perdas foi motivada por uma redução de R$ 1,7 bilhão no valor dos ativos de siderurgia da Usiminas, após reavaliação recente feita pela companhia.
O mercado já esperava um balanço pior que no ano anterior, mas ainda projetava lucro ao invés de prejuízo.
Além do balanço, a Usiminas também divulgou que espera investir R$ 3,2 bilhões em 2023. A estimativa é maior que a anterior, divulgada no ano passado, no valor de R$ 2,4 bilhões.
A maior parte do dinheiro, R$ 2,6 bilhões, irá para a unidade de siderurgia, enquanto a mineração receberá R$ 500 milhões e a transformação R$ 100 milhões. No Alto-Forno 3, a empresa pretende gastar R$ 1,2 bilhão.
O Itaú BBA considerou o resultado negativo, principalmente pelos investimentos anunciados. “Isso foi uma surpresa negativa para os investidores que estavam mais otimistas com as perspectivas de geração de fluxo de caixa para os acionistas da empresa”, diz o relatório.