Seguindo o bom humor dos mercados globais e impulsionado pela recuperação da Petrobras (PETR4), o Ibovespa voltou ao campo positivo e fechou esta sexta-feira (3) com ganho de 0,52%, aos 103.866 pontos, segundo dados disponíveis na plataforma TradeMap. O volume negociado foi de R$ 16,77 bilhões.
Esta foi a primeira vez em uma semana que a sessão encerra no azul, a despeito dos ruídos políticos ao redor da condução da política monetária e dúvidas sobre a Petrobras.
Com esse desempenho, o Ibovespa encerrou a semana em queda de 1,82%, enquanto na parcial de março o recuo é de 1,01%. Desde o início do ano, a Bolsa brasileira registra perda de 5,34%.
Petrobras se recupera
Os papéis da estatal voltaram ao campo positivo diante de um movimento de recuperação, após as recentes perdas com o aumento da cautela dos investidores sobre o futuro da estatal, sobretudo sobre a política de dividendos.
Com isso, as ações preferenciais (PETR4) fecharam em alta de 4,30%, enquanto os ordinários (PETR3) subiram 3,65%.
A alta ocorre na esteira das críticas do presidente Lula, que na véspera chegou a classificar como “loucura” os valores de dividendos distribuídos no ano passado, defendendo que a empresa use parte dos recursos para investimentos.
A Petrobras teve lucro de R$ 188,3 bilhões no ano passado, o maior da história. Com o resultado, a estatal deve pagar R$ 215,7 bilhões em dividendos para acionistas.
Apesar do fluxo visto na sessão de hoje, Rodrigo Azevedo, economista e sócio-fundador da GT Capital, ressalta que as análises seguem indicando tendência de queda para os papéis em meio aos ruídos políticos que envolvem a estatal.
“Sem dúvida, o tom das críticas feitas ontem à noite por Lula, que foram mais duras do que vinham sendo, deixou o investidor ainda mais receoso”, afirmou.
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Além disso, os papéis foram beneficiados pela alta do barril do petróleo tipo Brent, que fechou com valorização de 1,29%, a US$ 85,85, segundo dados da ICE.
O efeito também deu força para outras petroleiras. A 3R Petroleum subiu 4,89%, enquanto a Prio (PRIO3) ganhou 2,21% na sessão.
Minerva lidera altas do pregão
Os papéis da Minerva (BEEF3) puxaram as altas do dia, com valorização de 7,27%. Mais cedo, o Goldman Sachs resolveu incorporar os resultados do quarto trimestre da empresa em sua análise. Diante disso, aumentou o preço-alvo de R$ 17,10 para R$ 18,10 ao fim de 2023, mesmo mantendo sua recomendação neutra para a companhia.
Na avaliação do banco, as aquisições recentes, os comentários da administração para 2023 e as tendências recentes do setor são pontos positivos para a empresa.
“Na teleconferência para mostrar os resultados do quarto trimestre de 2022, a administração continuou a compartilhar um tom otimista para 2023, indicando espaço para um crescimento de receita com a reabertura da China e lucratividade sequencialmente melhor com base em um ciclo de melhoria na América Latina”, diz o analista Thiago Bortoluci, do Goldman, em relatório enviado a clientes.
Somado a isso, o caso de doença da vaca louca registrado no Pará na semana passada foi considerado “atípico” por um laboratório de referência da OMSA (Organização Mundial de Saúde Animal) – ou seja, sem risco de transmissão a outros animais.
Ainda entre as maiores altas, destaque para Azul (AZUL4), Méliuz (CASH3) e Vibra (VBBR3), com avanços de 6,63%, 6,17% e 3,93%, respectivamente.
Hapvida volta a afundar
Na parte de baixo, os papéis da Hapvida (HAPV3) voltaram a liderar as perdas, com recuo de 8,22%. Na quarta-feira (1), a empresa já havia caído 33% após divulgar seu balanço do quarto trimestre de 2022. Desde o início da semana, a companhia registra perda de 43,7%.
Apesar de a receita mais do que dobrar no último trimestre de 2022, a empresa registrou um prejuízo líquido de R$ 316,7 milhões, revertendo o lucro de R$ 200,2 milhões anotado no mesmo período de 2021.
Para se ter uma ideia da frustração, o desempenho veio abaixo, inclusive, da expectativa mais pessimista do mercado. A Genial Investimentos esperava prejuízo de R$ 208 milhões, enquanto o Santander, com a visão mais otimista, projetava lucro líquido de R$ 293 milhões.
O dia também foi de perda para as varejistas. A Via (VIIA4) caiu 4,92%, enquanto Multiplan (MULT3) perdeu 4,63% e a Magazine Luiza (MGLU3) recuou 4,13%.
Bolsas globais e criptos
No exterior, as principais Bolsas encerraram no azul com o arrefecimento do temor de aceleração dos juros americanos, o que poderia dragar a economia do mundo para um quadro recessivo.
O movimento ocorre em meio à discursos diferentes de membros do Fed, o banco central americano, sobre a necessidade de manter a política monetária apertada.
Em Wall Street, o Dow Jones subiu 1,17%, enquanto o S&P 500 ganhou 1,61% e a Nasdaq teve alta de 1,97%. Na Europa, o Euro Stoxx 50 encerrou a sessão com salto de 1,28%.
Na direção oposta, o temor dos investidores com a insolvência do Silvergate Bank, entidade bastante próxima dos criptoativos, derrubou o mercado.
Por volta de 17h10, o Bitcoin (BTC) perdia 0,36% em comparação as últimas 24 horas, a US$ 22.476. Na mesma hora, o Ethereum tinha alta de 0,70%, a US$ 1.583.
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