Alívio para frigoríficos? Caso de vaca louca do Pará é sem risco de transmissão

O caso de doença da vaca louca registrado no Pará foi considerado “atípico” por um laboratório de referência da OMSA (Organização Mundial de Saúde Animal) – ou seja, sem risco de transmissão a outros animais. As informações foram divulgadas na quinta-feira (2) à noite pelo Ministério da Agricultura e Pecuária.

A confirmação do caráter atípico de doença da vaca louca significa que o caso descoberto no Brasil ocorreu por causas naturais em um único animal de 9 anos de idade, o que deve facilitar ao governo convencer as autoridades da China a reabrir o mercado do país à carne brasileira. 

O governo federal disse que começou a repassar as informações a respeito do caso para a OMSA e às autoridades chinesas e que, assim que concluído o processo, será marcada uma reunião virtual com o governo chinês para tratar do fim do embargo à carne bovina.

O que é a doença da vaca louca?

Doença cerebral acometida por bovinos e que pode ser transmitida a seres humanos através de carne contaminada. Em humanos, o mal causa doenças neurodegenerativas que impactam a estrutura do sistema nervoso central. Os animais são infectados após consumirem alimentos contaminados por uma proteína modificada que acarreta na doença.

Por que o caso gerou preocupação no mercado?

As ações de frigoríficos foram prejudicadas pela descoberta do caso de doença da vaca louca porque o evento resultou no bloqueio às vendas da carne bovina do Brasil para a China.

O embargo está em vigor desde o final da semana passada, e remeteu os investidores a 2021, quando de setembro a dezembro as vendas à China foram suspensas após casos confirmados de doença da vaca louca em Minas Gerais e Mato Grosso.

Relembre:

• Vaca louca: como ações de frigoríficos devem reagir a confirmação de caso no Pará?

Em resposta aos casos em 2021, o preço médio da arroba do boi gordo caiu 14,4% entre agosto e outubro, segundo dados do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada). Os preços retomaram a tendência de alta em novembro, pouco antes de o embargo cair.

Vale ressaltar que em janeiro deste ano a China foi responsável por mais de 60% do faturamento da exportação da carne bovina do Brasil, sendo o principal parceiro comercial nesse quesito.

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