Ibovespa opera de lado, de olho em petróleo e exterior frágil; Petz (PETZ3) lidera os ganhos

A Bolsa brasileira opera sem muito ímpeto nesta quarta-feira (14), com as petrolíferas em alta acompanhando a valorização do Brent, enquanto as empresas ligadas ao varejo recuam na esteira da divulgação dos dados do comércio brasileiro abaixo do esperado.

Por volta das 13h30, o Ibovespa subia 0,03% e operava aos 110.820 pontos.

Na ponta positiva, a Petz (PETZ3) ganhava 8,57% e liderava as altas. Ontem, o site Brazil Journal divulgou que a empresa contratou o vice-presidente de filiais da Intermédica, Massanori Shibata, para comandar área de serviços da empresa.

De acordo com a publicação, a ideia é que o executivo lidere os hospitais e clínicas veterinárias da rede, bem como um plano de saúde para pets que será lançado ainda este ano. Além disso, a Atmos Capital informou também na terça que aumentou sua participação para 5% do capital social da companhia.

Na sequência, as ações da Cogna (COGN3) subiam 4,40%, após a gestora BlackRock anunciar que elevou sua participação acionária na empresa de educação para 188 milhões de ações, o equivalente a 10,02% do capital da empresa.

“O objetivo das participações é estritamente de investimento, não objetivando alteração do controle acionário ou da estrutura administrativa da companhia”, afirmou a BlackRock.

A 3R Petroleum (RRRP3) valorizava 3% e a Prio (PRIO3), antiga Petrorio, subia 4,18%, refletindo o preço do petróleo tipo Brent no mercado externo, que opera em alta de 1,67%, a US$ 94 o barril, com uma alta de 1,67% na comparação intradia.

No caso da 3R, a subida dos papéis também está relacionada ao relatório de produção de agosto, no qual a companhia registrou números recordes para o ano.

Depois delas vinham a Natura (NTCO3), que sobe 3%, após as perdas da véspera, Dexco (DXCO3), com alta de 2,91%, Iguatemi (IGTI11), que operava em elevação de 2,89% e a TIM Brasil (TIMS3), com alta de 2,63%, também sobem com certa intensidade.

Ponta negativa do Ibovespa

Na ponta negativa, a Magazine Luiza (MGLU3) liderava as perdas e recuava 3,62%, enquanto a CVC (CVCB3) perdia 2,91%, Gol (GOLl4) operava em baixa de 3%, Via (VIIA3) desvalorizava 2,66% e Eneva (ENEV3) apontava em 1,65% para baixo.

Mais cedo, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou os dados de vendas do varejo em julho, que mostrou recuo de 0,8% na comparação com junho, sendo o terceiro mês seguido de retração.

Para o economista-chefe da RPS Capital, Victor Candido, o dado mostra que estamos passando por um momento de desaceleração do consumo, com quedas na construção civil e automóveis. “Ao mesmo tempo, as pessoas estão consumindo mais serviços, em detrimento de bens”.

Esses papéis estendem as perdas vistas ontem, quando recuaram depois da divulgação do CPI (índice de preços ao consumidor dos EUA) de agosto, que mostrou um avanço de 0,1% nos preços em agosto ante julho, ante uma queda de 0,1% esperada pelo mercado.

Na visão de João Abdouni, analista da INV, esse cenário estressou a curva de juros brasileira, que continuou em alta nesta quinta. “Com essa perspectiva de inflação global, esses setores recuam na Bolsa. O setor aéreo, por exemplo, sofre bastante uma vez que a inflação e o preço do petróleo estão sempre ligados”.

Já a Eneva teve sua recomendação rebaixada de venda para neutra o pelo Itaú BBA. Em relatório publicado nesta quarta-feira (14), os analistas Marcelo Sá, Fillipe Andrade, Luiza Candiota e Karolina Correa avaliam que a relação entre o risco e o retorno do investimento na companhia não é mais atrativo.

Os analistas afirmam que a empresa não tem mais um valuation tão atrativo devido a uma concorrência mais acirrada no leilão de reserva no final do mês.  O leilão será destinado à contratação compulsória de termelétricas a gás natural, prevista na Lei de privatização da Eletrobras.

A Eneva disse ainda que o certame deve ter uma concorrência acima do esperado, por acreditar que a Petrobras (PETR4; PETR3) pode ter negociado um contrato de gás para o campo de Urucu com outros fornecedores, permitindo a participação da estatal no leilão de capacidade.

Além disso, o negócio envolvendo o Polo Bahia Terra, da Petrobras, está demorando mais do que o esperado após uma decisão judicial interromper as negociações.

Mercados internacionais

No exterior, as bolsas operam mistas após os índices americanos registrarem o pior pregão em dois anos, impactados pela surpresa negativa nos dados da inflação ao consumidor. 

Nesta quarta-feira, a economia dos Estados Unidos repercute a divulgação do PPI (índice de preços ao produtor), que teve queda de 0,1% em agosto na comparação com julho, em linha com o esperado por analistas de mercado.

Com isso, em Wall Street, o Dow Jones ganhava 0,36%, o S&P 500 subia 0,50% e o Nasdaq valorizava 0,79%.

Na Europa, perto do fechamento, o movimento era negativo. O Euro Stoxx 50 caía 0,86%, o FTSE 100 perdia 1,47% e o DAX 30 apontava em 1,22% para baixo.