À espera de Fed e Copom, Ibovespa inicia mês de maio em queda; veja mais

O Ibovespa apresenta mais uma baixa no primeiro pregão de maio, pressionado pelo setor de aéreas e ações ligadas à commodities enquanto os investidores aguardam as reuniões de políticas monetárias no Brasil e nos Estados Unidos para definir os próximos passos.

Na quarta-feira (4), os olhos estarão saltados para as reuniões do Copom, do Banco Central, e do Fomc, do Fed (Federal Reserve, o banco central americano). Para Marcos Olmos, diretor de venture capital e sócio da VOX Capital, numa semana de reuniões como essas, a cautela é quem guia os mercados pelo mundo.

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Por volta de 13h05 (de Brasília), o principal índice da B3 caía 1,87% e operava aos 105.860 pontos. A abertura do mês parece repetir os resultados negativos de abril. No mês passado, o Ibovespa recuou 9,7%, tendo o pior resultado mensal desde março de 2020, quando perdeu quase 30% por conta do início da pandemia de Covid-19 no Brasil.

No mesmo horário, as maiores quedas do dia ficavam por conta de Azul (AZUL4), Gol (GOLL4) e CVC (CVCB3), que perdiam 7,51%, 6,64% e 4,07%, respectivamente. O setor é pressionado pela alta do dólar, que retomou o patamar acima dos R$ 5 nos últimos pregões e nesta segunda, de acordo com dados em tempo real da Plataforma TradeMap, a moeda era avaliada a R$ 5,08, com uma alta de 1,40% na comparação intradia.

Além do dólar, Marcos Olmos, diretor de venture capital da VOX Capital, atribui uma volatilidade no preço do petróleo pressionando o setor neste início de semana. Mais cedo, na ICE, a commodity do tipo Brent era negociada a US$ 104 o barril, chegando a bater os US$ 107.

As ações ligadas ao setor petrolífero também caíam em bloco no pregão, com 3R Petroleum (RRRP3) recuando 5,11%, PetroRio (PRIO3) perdendo 3,78% e Petrobras (PETR4) apontando em 1,65% para baixo. Além do sentimento de cautela antes das reuniões de políticas monetárias, os lockdowns na China contribuem para uma percepção geral de cautela, de acordo com Olmos.

Para ele, isso pressiona a inflação global, o que faz os idealizadores de políticas monetárias apertarem mais a economia, pressionando as curvas de juros, causando esse sentimento nos investidores. “Tem também a questão da guerra na Ucrânia, que por mais que não esteja aguda, não está com uma perspectiva de resolução rápida”, acrescentou o diretor de venture capital da VOX.

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As poucas altas do dia

O Ibovespa tinha apenas oito ações em alta, com GPA (PCAR3) liderando a fila, subindo 4,08%. As ações sobem após rumores envolvendo uma possível compra de participação no grupo pelo empresário Abílio Diniz.

Segundo a Coluna do Lauro Jardim, do jornal O Globo, Diniz, que é o terceiro maior acionista mundial do Carrefour, está interessado numa parte do concorrente. Segundo Jardim, as negociações ainda estão em estágio inicial entre ele e o grupo Casino (dono do Pão de Açúcar), embora já aconteçam há dois meses.

Ainda no campo positivo, Alpargatas (ALPA4) subia 1,33% e Braskem (BRKM5) crescia 1%, impulsionada pela prévia operacional do primeiro trimestre de 2022 divulgada na noite de sexta (29), mostrando aumento na capacidade de operação de suas indústrias no período.

Segundo a petroquímica, a taxa de uso da capacidade das centrais petroquímicas no Brasil aumentou 82% no primeiro trimestre do ano passado para 86% em igual período deste ano – alta de 4 pontos percentuais (pp).

O crescimento refletiu o fato de, neste ano, as centrais terem operado sem parada de manutenção – diferentemente do ocorrido em 2021, quando houve manutenção na petroquímica da companhia do Rio Grande do Sul. Nas operações no exterior os resultados também subiram, com grande destaque para o mercado mexicano, que viu sua taxa de ocupação passar de 58% para 80%, uma subida de 22 pp.

No primeiro trimestre deste ano, o fornecimento de etano para a mexicana Pemex foi de 33,5 mil barris por dia, superior ao volume estabelecido no aditivo ao contrato de fornecimento de etano, que era de 30 mil barris por dia.

Bolsas externas

As bolsas internacionais operam em queda no pregão desta segunda.  Nos EUA, o foco do mercado ficará por conta da decisão de política monetária do Fed que será divulgada na quarta-feira.

Enquanto isso, os índices acionários refletiam cautela antes da decisão de política monetária. O S&P 500 e o Dow Jones perdiam 0,35% enquanto o índice Nasdaq Composto operava próximo da estabilidade.

Na Europa, os investidores digerem a prévia de inflação no continente, que atingiu 7,5% no acumulado do ano, acendendo uma alerta nos mercados. As bolsas por lá caíam em bloco nesta segunda, com o índice Euro Stoxx 50 recuando 1,59% e o DAX, da Alemanha, caindo 1,45%. A exceção positiva ficava por conta do FTSE 100, de Londres, que subia 0,47% no mesmo horário.