Gestores veem Ibovespa acima de 120 mil pontos no fim de 2022, mas estão cautelosos com eleições, diz BofA

Os gestores parecem estar mais otimistas com o desempenho da bolsa brasileira neste ano – mais da metade deles acha que o Ibovespa, principal índice do mercado de ações brasileiro, terminará 2022 acima dos 120 mil pontos, segundo pesquisa conduzida pelo Bank of America (BofA). Na edição anterior, referente a janeiro, este percentual era de 32%. O BofA ouviu 30 gestores, responsáveis por administrar US$ 78 bilhões em ativos.

Para 30% dos participantes, o principal índice da bolsa brasileira tem potencial para superar os 130 mil pontos neste ano, o que implica em uma valorização de 13,3% em relação ao patamar atual de 114.706  pontos. No mês passado, nenhum gestor acreditava que o Ibovespa poderia alcançar esse patamar.

Apesar de enxergarem potencial de alta no Ibovespa, metade dos participantes afirmou que busca proteger o portfólio diante do cenário eleitoral à frente no Brasil, e apenas 23% aumentaram a exposição ao mercado de ações local.

Em momentos de maior volatilidade, caixa é rei, e a posição em caixa nos fundos, em ativos de maior liquidez, continua acima da média histórica, com o apetite por risco ainda baixo, segundo o BofA.

Os gestores ainda preferem ações de valor (de empresas mais maduras que tem ciclo mais longo de investimento), embora esta estratégia tenha perdido popularidade desde janeiro. Os papéis de empresas ligadas a commodities e exportações aparecem em segundo lugar, ganhando espaço desde o início do ano entre a preferência dos gestores. A maioria dos participantes acredita que os estímulos na China serão suficientes para elevar os preços das commodities ao menos até certo ponto.

A maioria dos participantes está com posição “overweight” (acima da média do mercado) nos setores financeiro, de energia e de materiais básicos. Os gestores estão subalocados em setores como serviços públicos (utilities), telecomunicações e consumo discricionário.

Gestores esperam Selic mais alta

O percentual de participantes que espera uma taxa Selic acima de 12% cresceu de 23% no mês passado para 40%. Já as expectativas do mercado para o real no fim de 2022 recuaram. Agora 60% dos participantes veem o real entre R$ 5,11 e R$ 5,70 e apenas 20% veem a moeda brasileira no intervalo entre  R$ 5,41 e R$ 5,70.

O risco político foi citado por mais de 30% dos entrevistados como a principal preocupação para os mercados da região, seguida pela alta de juros nos Estados Unidos.