Fundo Verde reduz posição em bolsas globais após rali e vê acirramento na disputa eleitoral no Brasil

Fundo rendeu 1,54% em julho, acima da variação do CDI, com alocações em bolsas no Brasil e no exterior

Foto: Luis Stuhlberger/Divulgação

Após surfar o rali de alta das ações globais em julho, com o principal índice da Bolsa americana S&P 500 atingindo a maior alta desde novembro de 2020, o fundo Verde, sob o comando do conhecido gestor Luis Stuhlberger, reduziu a posição em bolsas lá fora.

Em junho, o fundo já tinha diminuído a posição na Bolsa brasileira, diante de um cenário de maior volatilidade no mercado local com a aproximação das eleições. A gestora vê um acirramento na disputa entre os dois principais candidatos à Presidência: Jair Bolsonaro (PL) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

“Acreditamos que um estreitamento da diferença entre os dois candidatos é bastante provável nos próximos dois meses, num fenômeno típico de incumbente buscando reeleição”, disse Stuhlberger, na carta enviada a cotistas referente ao mês de julho.

O fundo Verde encerrou mês passado com ganho de 1,54%, contra a variação positiva de 1,03% do CDI. No ano, o fundo rende 9,25% e supera a variação de 6,49% do CDI.

O ganho do mês foi gerado principalmente pela posição em Bolsa, tanto no Brasil quanto no exterior. O Ibovespa subiu 4,29% em julho, o melhor desempenho desde março.

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A carteira ainda teve ganho com as posições em títulos de dívida high yield (de maior risco e maior retorno esperado) e com a alocação em petróleo.

Já as perdas partiram da exposição em real e das posições tomadas (apostando na alta das taxas) em juros nos mercados desenvolvidos e também no ouro. Com o aumento do receio de uma recessão global, houve uma queda das taxas de juros dos títulos do Tesouro americano, com o mercado apostando que o banco central americano fará um aperto monetário menos intenso.

As mudanças do fundo Verde para agosto

Segundo a Verde Asset, a recuperação dos mercados acionários em julho pode ser atribuída a um exagero no movimento negativo por parte dos investidores até junho, fazendo com que qualquer pequena melhora provocasse um rali desproporcional a mudanças de fundamentos.

Além disso, houve a percepção de que as taxas de juro de prazo longo nos Estados Unidos atingiram seu pico, o que abriu espaço para o aumento nas alocações em ativos de maior risco.

“Não esperávamos um rali de tal magnitude, mas víamos oportunidade de alocar capital a preços bem interessantes.”, disse a gestora na carta de julho.

Nesse cenário, o Verde aumentou as alocações apostando na alta de juros nos EUA, após o recuo das taxas em julho, e continua com posição comprada em inflação implícita no Brasil, o que é dado pela diferença entre as taxas dos títulos públicos atrelados à inflação (NTN-B) e as dos prefixadas.

Na parte de commodities, a gestora continua com posições compradas em ouro e petróleo. O fundo manteve a posição em Bolsa no Brasil, mas zerou a aposta na alta do real frente ao dólar.

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